Um grupo de organizações e movimentos sociais brasileiros, além de diretórios e representações do Partido dos Trabalhadores enviaram uma carta ao secretário geraldas Nações Unidas. António Gutierrez, desmentindo afirmações do presidente Jair Bolsonaro, em seu discurso no dia 22 de setembro. O presidente brasileiro enalteceu sua política de combate à covid-19 e ao meio ambiente, e atribuiu a indígenas e caboclos as queimadas que estão destruindo as florestas brasileiras na Amazônia e no Pantanal.
Mais do que expor a inveracidade e incongruência das palavras de Bolsonaro, os signatórios pediram desculpas por seu “discurso delirante” e denunciaram um genocídio em marcha no Brasil,com quase 150 mil mortes provocadas pela covid-19. O documento recorda que o governo colaborou para isso, ao optar por por confrontar e desqualificar publicamente as orientações da Organização Mundial de Saúde – OMS e por gastar milhões de reais de recursos públicos comprando um imenso estoque de cloroquina e hidroxicloroquina, que o próprio presidente saiu receitando ao povo, em todas as oportunidades,
Bolsonaro atuou para desqualificar a ciência, o Sistema Único de Saúde e não concordava com o valor definido para o auxílio emergencial à população.
A carta também menciona a destruição das florestas e os dados da Nasa apontando que sistema de monitoramento da NASA mostrou que 54% dos focos de incêndios na Amazônia estão relacionados ao desmatamento. Além disso, quase todos, senão todos, os casos de incêndios na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal têm origem criminosa, provocados por
fazendeiros, grileiros, garimpeiros, invasores e extratores ilegais de madeira em terras públicas, reservas florestais e terras indígenas. Tais invasões e incêndios criminosos, afirma o texto, não têm sido combatidos devidamente.Pelo contrário, foram incentivados.
A mensagem enviada à ONU pede que o mundo civilizado e solidário ajude o Brasil a
combater a tragédia que se abate sobre o seu meio ambiente, direitos e soberania.
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