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Polícia do Egito mata cidadão de Luxor e abre fogo contra seu funeral

Awais Al-Rawi, cidadão de Luxor assassinado pela Polícia do Egito [osgaweesh/Twitter]
Awais Al-Rawi, cidadão de Luxor assassinado pela Polícia do Egito [osgaweesh/Twitter]

A Polícia do Egito matou um homem de Luxor durante invasão à sua casa nesta quarta-feira (30), após a vítima objetar agressão física e verbal contra seu pai idoso. O irmão do cidadão morto foi preso.

Testemunhas relataram que a polícia disparou contra a cabeça de Awais Al-Rawi, em frente à sua família, após tropas e veículos armados invadirem sua aldeia. O assassinato ocorreu momentos depois de Awais enfrentar um oficial que insultou e estapeou seu pai.

Um vídeo, compartilhado com a hashtag árabe #SextaFeiraSairemosAosMilhões, em referência aos protestos massivos contra o regime do Presidente Abdel Fattah el-Sisi, registrou o momento em que policiais atiraram contra uma multidão no velório de Awais.

Polícia ataca funeral de cidadão de Luxor

Protestos no Egito voltaram a despertar em 20 de setembro último, contra o atual governo, após severa inflação decorrer em fome generalizada, além de demolições sistemáticas contra residências civis resultarem em centenas de desabrigados.

Os protestos foram convocados pelo empreiteiro dissidente Mohamed Ali, responsável por denúncias de corrupção contra o regime de Sisi e por mobilizar manifestações, em 2019.

Até então, as manifestações deste ano concentraram-se em áreas rurais, em particular, na região do Alto Egito, longe da pesada presença policial e militar nas principais cidades.

Indignação generalizada sobre a morte de Awais e sobre a brutal resposta policial, que incluiu gás lacrimogêneo, balas de borracha e munição real, incitou ainda mais manifestações.

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Na última sexta-feira (25), considerada “Dia de Fúria”, o jovem Sami Wagdy Bashir, de 25 anos, foi morto pela polícia na aldeia de Al-Blida, província de Gizé, baleado com munição real.

Nesta semana, a promotoria pública anunciou a libertação de 68 crianças detidas desde o início das manifestações, algumas das quais presas por até uma semana. Dois dos menores eram meninos núbios capturados durante protesto em Aswan.

Manifestantes reuniram-se em frente à sede do Ministério do Interior em Aswan para exigir a soltura dos meninos.

Cerca de 400 pessoas foram presas até então, desde o início do chamado ‘levante de jalabiya’, em referência à túnica tradicionalmente utilizada no interior do país, vista em muitos dos vídeos de protestos que viralizaram nas redes sociais.

Muitos presos são mantidos sob acusações falaciosas, comumente utilizadas contra dissidentes políticos, como suposta filiação a grupos terroristas ou disseminação de fake news.

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