Forças pró-Emirados Árabes Unidos (EAU) libertaram agentes do Crescente Vermelho da Turquia no Iêmen, horas depois de prendê-los na província de Aden, sul do país.
A organização assistencial tuitou na quarta-feira (7) que sua equipe foi libertada no Iêmen: “Após aguardar um pouco devido aos procedimentos de documentação necessários, retomaram o trabalho para ajudar o povo iemenita ”.
Fontes iemenitas confirmaram que as prisões ocorreram na noite de terça-feira (6), em um posto de controle no distrito de Al-Tawahi, sul de Aden, e que a equipe foi conduzida à sede da coalizão árabe, na região.
Mukhtar Al-Rahbi, assessor do Ministério de Informação do Iêmen, afirmou que milícias detiveram o presidente do Crescente Vermelho da Turquia, Mustafa Aydin, e o supervisor financeiro da organização, Alikan Budak, ambos com nacionalidade turca, além de um tradutor iemenita.
A última ação humanitária do Crescente Vermelho Turco em Aden ocorreu no último sábado (3), quando a equipe da instituição entregou material escolar a estudantes órfãos na cidade de Mualla, conforme comunicado à imprensa publicado em sua conta oficial no Twitter.
LEIA: UE doa US $ 0,6 milhão para apoiar medidas de segurança contra coronavírus da UNRWA
A nota informou que foram entregues alimentos, mochilas e suprimentos escolares para crianças em cinco províncias do Iêmen, incluindo Aden, Abyan, Shabwah, Hadhramaut e Ma’rib.
Durante as últimas semanas e meses, a missão do Crescente Vermelho da Turquia foi reiteradamente submetida a uma campanha de incitamento lançada pela mídia dos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, acusada envolver-se em atividades políticas e de inteligência sob pretexto de trabalho humanitário.
O Crescente Vermelho da Turquia e a Agência Turca de Cooperação e Coordenação são bastante ativas nas áreas controladas pelo governo iemenita, especialmente nas províncias de Aden, Shabwah e Taiz.
A cidade de Aden e algumas regiões do sul são controladas pelas forças do Conselho de Transição do Sul, com apoio emiradense, desde agosto de 2019. A organização separatista voltou-se então contra o governo reconhecido internacionalmente e expulsou suas unidades da cidade, com ajuda da coalizão saudita.