‘Toda unidade colonial constitui um plano para anexar nossas terras’, denuncia premiê palestino

Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina Mohammad Shtayyeh, em Ramallah, Cisjordânia ocupada, 13 de abril de 2020 [Gabinete do Primeiro-Ministro Palestino/Agência Anadolu]

Na quarta-feira (7), o Primeiro Ministro da Autoridade Palestina Mohammad Shtayyeh voltou a condenar a política contínua de construção de assentamentos ilegais e expropriação de terras palestinas por parte de Israel.

As informações são da agência de notícias Wafa.

“Toda unidade colonial constitui um plano para anexar nossas terras”, afirmou no início da reunião semanal de seu gabinete, em Ramallah.

Shtayyeh denunciou ainda a recente aprovação israelense para construção de 2.500 novas unidades de assentamentos exclusivamente judaicos, por toda a Cisjordânia ocupada, considerados ilegais conforme a lei internacional.

O premiê condenou a pressão incessante “israelo-americana” imposta sobre os palestinos, ao enfatizar que tais esforços têm o propósito de ajudar a reeleger o atual Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, no pleito de 3 de novembro.

Shtayyeh alegou confiança de que tamanha pressão deverá “evaporar-se” e exortou “alguns irmãos árabes a aprender com a história”.

“Ainda estamos sofrendo com problemas graves, devido à pressão e ao cerco financeiro, que prejudica nosso trabalho”, declarou. Em seguida, anunciou um empréstimo de 45 milhões de shekels (US$13.3 milhões) ao Hospital de Al-Quds, cujos recursos foram cortados por Trump.

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Em referência às críticas do ex-chefe de inteligência saudita Bandar Bin Sultan à liderança palestina, comentou Shtayyeh: “Há falsas narrativas sendo disseminadas sobre a causa palestina.”

Nesta semana, Bin Sultan classificou o repúdio da Autoridade Palestina à recente assinatura do pacto de normalização entre Emirados Árabes Unidos e Israel como “transgressão” e “discurso repreensível”.

O oficial do Hamas Sami Abu-Zuhri corroborou a crítica do premiê da Autoridade Palestina: “Tais narrativas não servem a ninguém senão à ocupação israelense.”

Em 13 de agosto, Donald Trump anunciou um “acordo de paz” entre Emirados Árabes Unidos e Israel, mediado por Washington, para normalizar relações entre os países.

O governo emiradense alega que o acordo foi um esforço para conter os planos israelenses de anexação ilegal de grandes partes da Cisjordânia ocupada.

Críticos, no entanto, argumentam que as negociações para instituir laços com a entidade sionista ocorrem há anos, ao destacar reiteradas visitas de oficiais israelenses aos Emirados e sua participação em conferências no país do Golfo, que até então não possuía relações diplomáticas com o estado da ocupação.

Não obstante, em 17 de agosto, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu repetiu que a anexação não está descartada, mas sim meramente adiada.

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