O ex-primeiro ministro libanês Saad Hariri alertou na noite de quinta-feira sobre o perigo iminente de uma guerra civil no país.
Duranre entrevista com a MTV (um canal de TV privado local), Hariri afirmou que “o Hezbollah está por trás da crise no Líbano”.
Hariri expressou suas preocupações sobre ”o colapso do estado devido à corrida armamentista em curso e desfiles militares que ocorrem na maioria das ruas de Beirute e Baalbek-Hermel.”
Ele culpou as facções do movimento por todos os problemas no Líbano, observando que “o povo libanês não é responsável pelas sanções impostas a eles”, e afirmou que “o Hezbollah tem que deixar as pessoas viverem”.
Ele se referiu também à situação na Síria, dizendo que o Hezbollah “quer tratar os sunitas no Líbano da mesma forma que eles [os xiitas] foram tratados lá [na Síria].”
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“Algumas pessoas me descrevem como uma pessoa fraca. Eles viram o que aconteceu na Síria? Eles viram o que aconteceu com 85 por cento da população sunita? Onde eles estão agora? Certamente, não farei com que o povo libanês sofra como o povo sírio ”.
Hariri confirmou seu apoio à revolução síria pacífica contra Bashar Al-Assad “que cometeu crimes que ninguém jamais cometeu antes.”
Demarcação de fronteira com Israel
Com relação à demarcação das fronteiras terrestres e marítimas entre o Líbano e Israel, Hariri disse que “isso será benéfico para o Líbano, mas deveria ter começado há três anos”.
Ele considera que o dossier de demarcação de fronteira “já está sendo trabalhado, porque tem gente que está ameaçada de sanção e todo mundo quer se proteger”.
No início deste mês, o presidente do parlamento libanês Nabih Berri anunciou que as negociações sobre a demarcação de fronteiras terrestres e marítimas com Israel serão definidas em meados de outubro sob os auspícios das Nações Unidas.
Em setembro passado, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a dois ex-ministros libaneses, Ali Hassan Khalil (Movimento Amal) e Youssef Fenianos (Movimento Marada), sob a acusação de apoiar o Hezbollah e a corrupção.