A presença militar da Turquia no Catar é um elemento de instabilidade e polarização negativa na região do Golfo, alegou Anwar Gargash, Ministro de Estado para Assuntos Internacionais dos Emirados Árabes Unidos, neste sábado (10).
As informações são da agência Reuters.
Os Emirados Árabes Unidos e seus aliados árabes impuseram um bloqueio sobre o Catar desde meados de 2017. Dentre as exigências para suspender as restrições, está o fechamento de uma base militar turca em solo catariano.
Abu Dhabi e Ancara representam lados opostos na guerra civil da Líbia.
“A presença militar turca no Golfo Árabe é uma emergência”, declarou Gargash no Twitter. “Reforça a polarização e desconsidera a soberania dos estados e os interesses dos países do Golfo e de seus povos.”
Os Estados Unidos, na tentativa de criar uma coalizão anti-Irã na região, conduziram diversos esforços para solucionar as disputas que levaram Arábia Saudita, Emirados, Bahrein e Egito a cortar laços políticos, comerciais e de viagem com o Catar, então acusado de apoiar “grupos terroristas” e aproximar-se de Teerã.
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Doha, que abriga a maior base militar americana da região, nega as acusações e argumenta que o boicote pretende sabotar sua própria soberania.
Em 9 de setembro, David Schenker, diplomata para Oriente Médio do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou que pode haver algum progresso dentro de semanas, ao citar sinais de “flexibilidade nas negociações”, às vésperas das eleições presidenciais americanas.
Diplomatas e fontes do Golfo confirmaram a realização de conversas entre Riad e Doha, após as negociações atingirem um impasse neste ano. Contudo, não há ainda sinais concretos de qualquer avanço.
Em documentário publicado recentemente pela rede de televisão Al Jazeera, o Ministro do Estado do Catar para Assuntos de Defesa acusou os países responsáveis pelo bloqueio de planejar uma invasão ao território catariano, acusação contestada no passado.
Não obstante, o ex-chefe de inteligência do governo saudita, em comentários televisionados em setembro, descreveu o Catar como um “carrapato no camelo”.