Ex-embaixadores dos EUA no Oriente Médio declaram apoio a Biden

Joe Biden, ex-vice-presidente e candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, em evento de campanha no centro comunitário de Hyatt Park, em Columbia, Carolina do Sul, 4 de maio de 2019 [Sean Rayford/Getty Images]

Trinta e três ex-embaixadores dos Estados Unidos no Oriente Médio assinaram uma carta em apoio a Joe Biden, candidato democrata à presidência americana, reportou a rede Al-Arabiya.

A carta argumenta que os Estados Unidos “perderam a confiança e amizade de muitos países, alienaram aliados próximos e fortaleceram adversários” durante os quatro anos de mandato do atual Presidente Donald Trump.

Os signatários declararam confiar em Biden para reverter os danos. Para eles, o candidato democrata e ex-vice-presidente “avançará com os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos, promoverá o estado de direito e protegerá minorias e direitos humanos em âmbito doméstico e na região [Oriente Médio e Norte da África]”.

Assinaram a carta diplomatas e especialistas em política internacional, que também abordaram as questões do Iêmen, Líbano, Israel e Palestina. Entre os signatários, estão Daniel Benaim, ex-conselheiro para Oriente Médio de Biden, como vice-presidente, e os ex-diplomatas Robert Ford e Ryan Crocker.

Biden, segundo a carta, deverá encerrar o apoio à coalizão saudita-emiradense na guerra civil do Iêmen e trabalhar em favor dos direitos de gênero na região. Também deverá retomar os pagamentos assistenciais interrompidos por Trump, em 2018, à população palestina.

A carta ainda criticou as políticas do atual governo – contudo, sem mencionar Trump nominalmente –, ao declarar: “[Biden] nos afastará da retórica e das ações inflamatórias, do abraço incondicional a governantes abusivos e de políticas que prejudicam a segurança nacional dos Estados Unidos”.

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Durante sua gestão, Trump assumiu diversas decisões políticas não-ortodoxas, incluindo a revogação unilateral do acordo nuclear iraniano, negociado por seu predecessor Barack Obama. Biden e seu partido confirmaram disposição para retomar o acordo.

Washington, entretanto, preservou uma campanha de máxima pressão sobre o Irã, com objetivo ostensivo de drenar os recursos da república islâmica, utilizados previamente para financiar milícias e grupos por procuração, em todo o mundo.

Os democratas americanos também destacaram preocupações sobre as políticas de Trump em relação a Israel e Palestina, frequentemente vista como tendenciosa em favor do estado da ocupação.

Em conclusão, os signatários afirmaram sentir em Biden “integridade, conhecimento e compreensão para iniciar e apoiar políticas que protejam os interesses e a segurança dos Estados Unidos … à medida que concede aos povos da região a chance de conquistar suas aspirações por estabilidade, segurança, prosperidade e justiça.”

As eleições presidenciais nos Estados Unidos estão previstas para 3 de novembro.

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