O regime no Cairo do general Abdel Fattah el-Sisi está receoso de uma vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro, após o candidato democrata afirmar que não faria vista grossa às violações de direitos humanos do Egito, revelou o Instituto Israelense para Estudos de Segurança Nacional.
O instituto divulgou um relatório nesta quarta-feira (21), sob o título “Egypt Prepares for a Potential Biden Victory” (“O Egito prepara-se para uma potencial vitória de Biden”), escrito pelos pesquisadores Tzvi Lev e Ofir Winter.
“As eleições presidenciais porvir, nos Estados Unidos, incitaram grande ansiedade no Egito”, escreveram os pesquisadores, ao destacar as preocupações sobre a provável política de relações exteriores de uma gestão Biden, caso eleito.
“Biden já sugeriu que pretende impor maior ênfase na democracia e nos direitos humanos no Egito e é descrito no Cairo como alguém que pode muito bem indicar pessoas simpáticas à Irmandade Muçulmanas a postos de destaque em sua gestão”, prosseguiu o relatório.
Os pesquisadores do instituto reiteraram que Biden “provavelmente retomará o acordo nuclear com o Irã”, uma das principais preocupações do governo egípcio. O regime no Cairo considera o Irã uma ameaça aos países árabes.
“Apesar da preferência por Donald Trump, o Cairo até então absteve-se de assumir qualquer posição oficial, que possa ser interpretada como apoio a um dos candidatos”, concluiu o relatório. “Egito e Estados Unidos possuem interesse em limitar a tensão mútua e manter relações bilaterais apropriadas, caso Biden seja eleito.”
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