Um paciente encaminhado para um exame auricular arrancou parte da língua de uma médica egípcia em um ataque brutal, no Kuwait, reportou a rede New Arab. Durante exame de rotina no Hospital Mubarak Al-Kabeer, o homem passou a agredir verbal e fisicamente a médica.
O chefe da representação trabalhista do Egito no Kuwait confirmou o incidente.
Ativistas denunciaram que o racismo contra trabalhadores estrangeiros no estado do Golfo é evidente, ao sugerir motivação para o ataque.
Em julho, um vídeo de um homem kuwaitiano agredindo fisicamente um caixa de mercado egípcio circulou online. No registro, uma mulher tenta impedir o agressor, mas é empurrada para longe, seguido por três tapas contra a vítima identificada como Tarek Ashour.
Segundo relatos, Ashour queria registrar queixa, mas oficiais de segurança o desencorajaram a reportar a agressão. Após o ataque, a vítima comentou nas redes sociais sobre compatriotas que o “humilharam” por não reagir.
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Em maio, Reem Al-Shammari, celebridade do Snapchat, descreveu os trabalhadores egípcios como “serviçais”. Afirmou: “Não gostamos dos egípcios porque são os mais sujos! Não digo todos, mas 90% são sujos … Pagamos vocês para nos servirem, não entendem isso?”
Ainda em 2020, grupos do Kuwait realizaram apelos pela expulsão e deportação de trabalhadores egípcios no país do Golfo.
Uma artista kuwaitiana exortou o governo a atirar os egípcios no deserto, ao alegar que seu país não deve arcar com os custos médicos de imigrantes que contraíram coronavírus.
Os governos de Egito e Kuwait desfrutam de proximidade. Em 2019, assinaram três acordos estruturais no valor de US$1,086 bilhões. O premiê kuwaitiano Sabah al-Khalid al-Sabah descreveu o Egito como “pilar fundamental à segurança e estabilidade do mundo árabe”.
No início de outubro, o Kuwait deportou ao país de origem três figuras da oposição egípcia que chamavam por protestos contra o Presidente Abdel Fattah el-Sisi, mesmo sob risco de tortura, acusados de “incitação ao caos e pedidos por protestos nas redes sociais”.