As forças de segurança turcas detectaram uma célula composta por seis espiões responsável pelo vazamento de informações confidenciais sobre os recursos energéticos do país para uma parte estrangeira. O jornal Sabah, que noticiou no caso na quarta-feira, não citou a quem foi enviada a informação vazada, referindo-se a ela apenas como uma “empresa estrangeira”. No entanto, nomeou Emel Ozturk, que foi preso e acredita-se ter sido a pessoa principal na célula. Ela teria sido rastreada por vários meses.
Sabah acrescentou que Ozturk, vice-gerente geral de uma empresa privada de energia, foi presa sob a acusação de espionagem política e militar. Descobriu-se que ela havia passado informações confidenciais para seu amante, “JS”, que trabalha em um serviço de inteligência estrangeira e está baseado em um consulado na Turquia. Um segundo espião sob custódia foi identificado como Serkan Ozbilgin, filho de Mustafa Yucel Ozbilgin, um ex-membro do Conselho de Estado que foi assassinado em 2006.
A descoberta da célula espiã ocorreu após a recente descoberta da Turquia de reservas de gás natural estimadas em 405 bilhões de metros cúbicos no campo de gás de Sakarya, no Mar Negro, e a intensificação da exploração submarina no Mediterrâneo Oriental.
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De acordo com informações e documentos obtidos pelo Sabah, as primeiras pistas do “escândalo de espionagem energética” surgiram a 6 de abril, depois de o Ministério Público de Istambul ter recebido um comunicado sobre o caso. A unidade Anti-Crime Financeiro de Istambul e os serviços de inteligência apresentaram o caso ao Ministério Público, por causa da ligação à espionagem. A investigação revelou mais tarde que Ozturk tinha ligações com três pessoas que trabalhavam para a empresa estrangeira que recebeu os dados vazados.
Ozturk teria enviado por e-mail informações confidenciais que geraram perdas avaliadas em bilhões de dólares. “Nossos amigos estrangeiros estão esperando por informações este mês”, disse ela em um e-mail. Ela teria obtido informações confidenciais por meio de Ozbilgin e de quatro outros suspeitos.
De acordo com a acusação, indivíduos estrangeiros contataram Ozturk por e-mail e pediram que ela fornecesse informações confidenciais, como dados sobre o consumo diário de gás e preços de importação na Turquia. Posteriormente, a ré conseguiu obter as informações solicitadas junto à Ozbilgin e outra pessoa que atua no setor de energia. A célula vazou informações sobre a capacidade do gasoduto da Turquia, além de enviar outros dados mensalmente.
A acusação exige que os arguidos fossem julgados sob a acusação de fornecer informação sigilosa para fins de espionagem política e militar, nos termos da lei. Os promotores estão pedindo sentenças que variam de 21 anos a prisão perpétua.