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Egito começa a votar para eleger o novo parlamento

Cidadão egípcio registra seu voto em uma seção eleitoral de El-Ayyat, sul do Cairo, capital do Egito, para as eleições legislativas da câmara baixa, em 24 de outubro de 2020 [Khaled Kamel/AFP/Getty Images]
Cidadão egípcio registra seu voto em uma seção eleitoral de El-Ayyat, sul do Cairo, capital do Egito, para as eleições legislativas da câmara baixa, em 24 de outubro de 2020 [Khaled Kamel/AFP/Getty Images]

As seções eleitorais no Egito foram abertas neste sábado (24), para as votações parlamentares que deverão perdurar pelas próximas semanas. Prevê-se uma vitória de aliados do Presidente Abdel Fattah el-Sisi.

As informações são da agência Reuters.

O primeiro turno das eleições encerra-se hoje, com segundo turno a ser realizado entre 7 e 8 de novembro. A votação final está prevista para fim de novembro ou começo de dezembro.

O pleito ocorreu sob a nova lei eleitoral, sob a qual 50% dos 568 assentos disputados serão disponibilizados a candidatos pré-selecionados, que tomarão todos os assentos de um distrito caso conquistem a maioria dos votos. Políticos da oposição denunciam que o mecanismo beneficia partidos governistas e dificulta a concorrência.

Os assentos restantes serão disponibilizados a candidatos individuais. Além disso, Sisi pode indicar diretamente até 28 parlamentares.

Em agosto, o partido Futuro da Nação obteve quase três-quartos dos assentos disputados para o Senado do Egito, corpo estabelecido recentemente, com papel apenas consultivo. Agora, é favorito nas atuais eleições parlamentares.

O partido não tem laços oficiais com Sisi, mas costuma ser entusiasta de suas políticas.

À medida que Sisi consolidou seu controle sobre o país, após golpe de estado militar, em 2013, o interesse da população na vida política desabou, com abstenção eleitoral cada vez maior.

Ao votar no sábado, o Primeiro-Ministro Mostafa Madbouly celebrou a “atmosfera democrática” no Egito e convocou a população a participar.

“Devemos votar para o melhor, para que possamos nos erguer e nos tornar um grande país”, declarou Mohamed Abdel-Aal, aposentado que registrou seu voto no bairro de Imbaba, na cidade de Gizé.

Outro homem, que preferiu manter-se anônimo, alegou votar somente para evitar uma multa de 500 libras egípcias (US$32), imposta pelas autoridades a quem ausentar-se do pleito, segundo a mídia local. Relatou votar em branco, por não confiar em nenhum candidato.

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Cinco pessoas de um colégio eleitoral em Imbaba afirmaram à Reuters que autodenominados representantes de um candidato do Futuro da Nação tentaram comprar votos no local, ao prometer 50 a 100 libras (US$3.20 a US$6.40) a dezenas de eleitores.

Pessoas com camisetas do partido foram vistas entregando folhetos aos eleitores, supostamente trocados por dinheiro perto da seção eleitoral. A Reuters não pôde verificar as denúncias de compra de votos de forma independente.

Questionado sobre tais incidentes, Ahmed al-Shaer, figura de liderança do Futuro da Nação, declarou que o partido repudia o uso de dinheiro para influenciar eleitores e prometeu investigar qualquer violação. Sugeriu ainda que outros candidatos estão utilizando a marca do partido para obter votos.

Ao longo dos anos, Sisi supervisionou uma onda de repressão sobre qualquer dissidência política, ao tomar o poder de Mohamed Morsi, ligado à Irmandade Muçulmana. Morsi foi o primeiro presidente eleito no Egito, após protestos de massa que derrubaram o longevo ditador Hosni Mubarak.

Adversários liberais e islâmicos de Sisi tornaram-se alvos.

Apoiadores de Sisi alegam que as medidas são necessárias para estabilizar o país e executar reformas econômicas, promovidas por investidores e instituições financeiras internacionais.

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