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Etiópia chama de volta seu embaixador nos EUA por comentários de Trump sobre barragem

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, Gedu Andargachew (R) dá uma entrevista coletiva juntamente com o Ministro da Água, Irrigação e Energia da Etiópia, Seleshi Bekele, em 3 de março de 2020 na capital da Etiópia, Adis Abeba, onde criticaram o que eles chamaram de "declarações não diplomáticas" dos Estados Unidos. [Michael Twelde/ AFP via Getty Images]
O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, Gedu Andargachew (R) dá uma entrevista coletiva juntamente com o Ministro da Água, Irrigação e Energia da Etiópia, Seleshi Bekele, em 3 de março de 2020 na capital da Etiópia, Adis Abeba, onde criticaram o que eles chamaram de "declarações não diplomáticas" dos Estados Unidos. [Michael Twelde/ AFP via Getty Images]

A Etiópia convocou no sábado o embaixador dos EUA sobre o que chamou de “incitamento à guerra” entre a Etiópia e o Egito do presidente Donald Trump sobre a disputa sobre o enchimento e operação da Grande Barragem da Renascença Etíope (GERD).

Trump pediu na sexta-feira um acordo entre os países, mas acrescentou que é uma situação perigosa e que o Cairo pode acabar “explodindo aquela barragem”.

O comentário teria sido feito, segundo a agência Reuters,  durante uma ligação com o primeiro-ministro sudanês Abdalla Hamdok após o anúncio do acordo de normalização dos laços entre Sudão e Israel.

O Ministro das Relações Exteriores da Etiópia, Gedu Andargachew, convocou o Embaixador dos Estados Unidos em Addis Abeba, Mike Raynor, para solicitar esclarecimentos sobre os comentários.

“O incitamento à guerra entre a Etiópia e o Egito de um presidente dos EUA em exercício não reflete a parceria de longa data e a aliança estratégica entre a Etiópia e os Estados Unidos, nem é aceitável no direito internacional que rege as relações entre Estados”, disse o ministério de Gedu em um comunicado.

Etiópia, Sudão e Egito travam uma disputa acirrada sobre o enchimento e operação da Barragem, que permanece sem solução, embora o reservatório atrás da barragem tenha começado a encher em julho.

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Trump disse na sexta-feira que intermediou um acordo para resolver o problema, mas que a Etiópia quebrou o pacto, forçando os EUA a cortar fundos. “Eles nunca verão esse dinheiro a menos que cumpram o acordo … Você não pode culpar o Egito por estar um pouco chateado.”, disse.

Ele também afirmou que pediu ao Egito que resolva a disputa.

O gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed disse mais cedo no sábado que ainda abundam “declarações ocasionais de ameaças beligerantes de fazer a Etiópia sucumbir a termos injustos.”

Ele informou que a  ainda abundam primeira fase de enchimento da barragem foi concluída em agosto, disse.

O Egito diz que depende do Nilo para mais de 90% de seu escasso abastecimento de água doce e teme que a represa possa ter um efeito devastador em sua economia.

O escritório de Abiy afirma que houve progresso significativo na resolução da disputa desde que a União Africana assumiu as negociações.

“Agora é a hora de agir e não de aumentar as tensões”, disse o chefe de política externa da União Européia, Josep Borrell, antes que o ministério etíope emitisse seu comunicado.

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