O Ministério das Relações Exteriores do Catar condenou ontem a escalada da retórica populista que incita contra as religiões e afirmou sua rejeição absoluta a todas as formas de discurso de ódio com base na crença, raça ou religião, incluindo a ofensa deliberada do profeta Maomé.
“Este discurso inflamado mostrou uma virada perigosa com os crescentes apelos institucionais e sistemáticos que tornam alvo os quase dois bilhões de muçulmanos em todo o mundo por meio da ofensa deliberada do nobre profeta Maomé, que a paz esteja com ele”, disse o ministério em um comunicado .
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Advertiu contra ofender deliberadamente o profeta, o que resultou em “um aumento das ondas de hostilidade contra os muçulmanos, que constituem um componente-chave da sociedade em diferentes países do mundo”.
O Catar exortou a comunidade internacional a assumir as suas responsabilidades, rejeitando o discurso de ódio e a incitação, salientando que continuará a apoiar os valores da tolerância e da coexistência e a trabalhar para o estabelecimento dos princípios da paz e segurança internacionais.
Na semana passada, o presidente francês Emmanuel Macron defendeu publicamente caricaturas que são considerada blasfemias contra o profeta Maomé pelos mulçulmanos.
Macron fez o comentário durante uma homenagem ao professor de ensino médio Samuel Paty, que foi decapitado no início deste mês por um extremista, por ter mostrado charges com a figura do profeta durante uma aula de educação cívica.
Macron disse que a França não “desistirá” das charges e se comprometeu a combater o extremismo islâmico no país.
O discurso do presidente, por outro lado, levou a um aumento nos ataques islamofóbicos na França, também aumentou os apelos aos muçulmanos para boicotar produtos franceses.
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