O Ministro da Defesa da Líbia Salah al-Namroush reafirmou a adesão de forças de seu governo ao cessar-fogo anunciado em Genebra, Suíça, ao destacar o compromisso de seu país com acordos e tratados de cooperação bilateral assinados com a Turquia.
No Twitter, al-Namroush alegou que “o memorando inicial não inclui um acordo de cooperação militar com a Turquia … [Mas] confirmamos a manutenção de nossa cooperação com o aliado turco e continuação dos programas de treinamento presentes e futuros, oferecidos a membros das instalações militares do Ministério da Defesa do Governo de União Nacional”.
O ministro líbio enfatizou ainda que a “cooperação nos campos de segurança e treinamento militar a nossas forças nada tem a ver com os acordos de cessar-fogo”.
Prosseguiu: “Nossas forças estão comprometidas à trégua mediada pela comunidade internacional, mas o criminoso de guerra [Khalifa] Haftar tentou violar o cessar-fogo mais de oito vezes desde o armistício prévio, e ainda mobiliza forças, transporta mercenários e fortifica seus campos.”
Al-Namroush ainda asseverou: “Reiteramos nosso repúdio a qualquer solução que inclua o criminoso de guerra Haftar, à medida que buscamos responsabilizá-lo por seus crimes, junto de todos aqueles que derramaram sangue líbio e saquearam suas posses.”
Diante da contínua ofensiva do general renegado Khalifa Haftar, Ancara e o Governo de União Nacional, com sede na capital Trípoli, chegaram a dois memorandos de entendimento, em 2019, sobre cooperação militar e fronteiras marítimas no Mediterrâneo Oriental.
A Líbia é dividida pela guerra civil desde a deposição do longevo ditador Muammar Gaddafi, em 2011.
O Governo de União Nacional foi fundado em 2015, conforme acordo mediado pela ONU, e reconhecido internacionalmente, mas esforços para uma solução política de longo-prazo falharam devido à ofensiva militar de forças leais a Haftar.
A ONU reconhece a gestão do premiê Fayez al-Sarraj como autoridade legítima do país, mas o governo permanece em um impasse bélico com milícias de Haftar, desde abril de 2019. Os confrontos já resultaram em milhares de mortes.
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