A Arábia Saudita condenou a republicação de charges francesas consideradas ofensivas ao Profeta Muhammad. Contudo, rejeitou o apoio à campanha de boicote a produtos provenientes da França, reportou ontem (27) a agência Reuters.
Oficiais sauditas afirmaram em nota que o reino condena todos os atos de terrorismo, em aparente referência à decapitação de um professor francês, após este apresentar as charges em aula.
Declara o comunicado: “A liberdade de expressão e a cultura devem representar um farol de respeito, tolerância e paz, que rejeita todas as práticas e atos que possam gerar ódio, violência e extremismo, contrários à coexistência”.
As charges foram então divulgadas em edifícios do governo francês, como forma de solidariedade ao professor assassinado. A reação, contudo, levou a um apelo global de representantes islâmicos para boicotar empresas e produtos da França.
Nenhum estado árabe apoiou oficialmente o boicote, mas muitas mercadorias francesas foram removidas das prateleiras de supermercados no Catar e Kuwait.
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O mufti de Omã, entretanto, fez um apelo aos muçulmanos para evitar produtos franceses, como forma de proteger o Islã e seu profeta.
Segundo o jornal saudita Arab News, Mohammed Al-Issa, presidente da Liga do Mundo Islâmico, com sede em Meca, pediu cautela sobre eventuais exageros nas reações islâmicas, de modo “negativo e para além do aceitável”, capazes assim de incitar o ódio entre as nações.