Após os resultados das eleições da Bolívia na semana passada, em que o partido Movimento ao Socialismo (MAS) recebeu 55% dos votos e maiorias gerais em ambas as casas do Congresso, o Presidente do Irã Hassan Rouhani expressou o apoio de Teerã ao novo governo boliviano e deu as boas-vindas ao “retorno à democracia”.
Em mensagem no sábado, Rouhani parabenizou o presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, e expressou a disposição de Teerã em restabelecer as relações bilaterais e estender a cooperação com a Bolívia.
“Eu lhe parabenizo sinceramente pelo sucesso na realização das eleições gerais bolivianas e por seu sucesso nesta eleição”, disse Rouhani.
“A recente eleição, que resultou na vitória decisiva de Vossa Excelência e do Senhor David Choquehuanca como Vice-Presidente, não foi apenas um fortalecimento das bases da democracia, mas também uma gloriosa demonstração da administração da justiça pela grande nação da Bolívia,” acrescentou.
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Arce concorreu contra o ex-presidente de centro Carlos Mesa, que recebeu cerca de 31,5% dos votos. Mesa aceitou a derrota durante entrevista coletiva transmitida pelo Facebook. Arce é visto como o sucessor do ex-presidente socialista Evo Morales, que chefiou o partido majoritariamente indígena MAS antes de ser forçado a renunciar no ano passado, devido a uma eleição disputada que deixou o país sul-americano em incertezas políticas. Arce atuou como ministro da economia e finanças públicas de 2006 a 2017 e em 2019 no governo de Morales.
Segundo o Tehran Times, a vitória do partido de Morales deve impulsionar as relações da Bolívia com Venezuela, Cuba e Irã. O presidente venezuelano Nicolás Maduro e o presidente cubano Miguel Díaz-Canel disseram que o povo boliviano derrotou o “golpe de Estado” contra Morales.
Conforme artigo publicado no início deste mês no site Gatestone Institute, assim como nas relações com a Venezuela, o “eixo Irã-Bolívia” representa um aspecto importante, embora menos conhecido, do alcance iraniano à América Latina. O texto especulou ainda que o Irã deverá reiniciar sua cooperação estratégica com a Bolívia, com o retorno do MAS ao poder.
Morales, desde então, prometeu voltar para casa, de seu exílio no México, onde recebeu asilo desde que foi deposto. A Bolívia, que reconhece o Estado da Palestina desde os anos 1980, restaurou as relações com Israel no ano passado, depois que Morales fugiu para o México.
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