A República Tcheca decidiu designar todo o movimento libanês Hezbollah como organização terrorista, nesta quarta-feira (28), aderindo ao grupo de países da União Europeia que rompeu com a classificação parcial do bloco.
A Câmara dos Deputados da República Tcheca, em Praga, aprovou a resolução para classificar o grupo como entidade terrorista por 63 votos a favor e sete votos contrários.
A República Tcheca não possui lista própria de organizações terroristas, mas a resolução de ontem pede para que o governo institua uma database do tipo, ao incluir o Hezbollah.
A moção afirma que a milícia xiita ligada ao Irã, que possui uma ala política e outra militar, representa “um todo indivisível e organização terrorista, que desestabiliza significativamente o Oriente Médio e, via rede global, também ameaça todas as democracias”.
A União Europeia oficialmente distingue o ramo político do Hezbollah de sua facção armada, ao considerar somente esta como organização terrorista.
Contudo, a moção do parlamento tcheco “rejeita a divisão falaciosa desta organização entre as partes política e militar, à medida que a entidade age como estrutura internamente interligada”. A resolução pede ao governo que pressione pelo fim da distinção no bloco europeu.
Membros de Parlamento Europeu, de parlamentos nacionais de estados-membros e do Congresso e Senado dos Estados Unidos também reivindicam que a União Europeia abandone a distinção, a fim de condenar o grupo libanês como um todo.
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Nesta quinta-feira (29), o Ministro de Relações Exteriores de Israel Gabi Ashkenazi agradeceu o governo em Praga por designar o Hezbollah como grupo terrorista e exortou outros países europeus a fazê-lo.
A República Tcheca é o sexto estado-membro da União Europeia a romper com a posição do bloco, somente em 2020, após Alemanha, Lituânia, Kosovo, Sérvia e Estônia.
A Guatemala, na América Central, também anunciou a designação do Hezbollah como organização terrorista, em comunicado divulgado na semana passada.
A Estônia anunciou a decisão na última quinta-feira (22) e reiterou que membros e pessoas ligadas ao Hezbollah serão proibidos de entrar no país.
Os Estados Unidos elogiaram a decisão da Estônia de sancionar o Hezbollah. O Secretário de Estado Mike Pompeo celebrou sua “ação decisiva em reconhecer o Hezbollah como grupo terrorista em sua totalidade e ameaça significativa à Europa e resto do mundo”.
Em outubro, o governo americano de Donald Trump anunciou recompensa de US$10 milhões por informações sobre ligações financeiras entre Hezbollah e Irã.
O anúncio da recompensa coincidiu com o aniversário de um atentado a bomba contra quartéis de fuzileiros navais americano em Beirute, que resultou em 241 mortos, em 1983. Os Estados Unidos culpam o Hezbollah, mas o grupo libanês jamais assumiu responsabilidade.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos busca informações sobre três financiadores, em particular: Muhammed Qasir, Muhammad Qasim al Bassal e Ali Qassir. O trio foi rotulado como “elo crítico” entre o Hezbollah e seus principais patrocinadores.
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