Durante cerimônia em memória do falecido Primeiro-Ministro de Israel Yitzhak Rabin, no 25° aniversário de seu assassinato, o atual premiê israelense Benjamin Netanyahu alegou que ameaças de morte contra ele e sua família são ignoradas.
“Vinte e cinco anos após o assassinato de Rabin, ainda há incitação para executar o premiê e sua família, e quase ninguém fala nada”, declarou Netanyahu, segundo o jornal Times of Israel.
Não devemos aceitar incitação de qualquer lado, contra qualquer comunidade. Não contra os judeus, tampouco contra os árabes, sequer contra os líderes.
Prosseguiu: “No passado distante de nosso povo, vimos desastres nacionais quando fanáticos descontrolados executaram justiça com as próprias mãos. Se permitirmos que pessoas marginalizadas façam o mesmo hoje, outra vez nos veremos à margem do abismo.”
Durante o evento, o líder da oposição Yair Lapid afirmou: “O Estado de Israel vive agora um dos momentos mais difíceis de sua história. Não somente devido à pandemia, mas com tudo que acontece dentro de nós.”
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“A incitação voltou. A mesma incitação, pelas mesmas pessoas”, alertou Lapid. “A divisão, as divergências, o tribalismo – tudo está aqui. Verdade e mentira são dados como iguais. A violência é legítima. O ódio é ferramenta política. Um fracasso de nossa liderança!”
Segundo Shimon Sheves, ex-diretor-geral do gabinete de Rabin, pouco antes do assassinato do premiê, ocorreram três grandes protestos contra os Acordos de Oslo, nas quais manifestantes exibiram cartazes com imagens de Rabin vestido em uniformes nazistas.
“Israel não aprendeu nada”, asseverou Sheves. Questionado pelo Jerusalem Post se prevê outro assassinato político no horizonte, declarou: “Não, pois a incitação ainda está em curso”.
Rabin foi baleado e morto pelo extremista judeu Yigal Amir, em 4 de novembro de 1995.