O Egito libertou mais de 400 pessoas presas por participarem dos protestos de setembro.
No dia 20 daquele mês, os egípcios saíram às ruas para protestar contra o regime dominante, após o aumento do custo de vida, a austeridade e uma campanha generalizada de demolição de casas que deixaram milhares de pessoas incapazes de sobreviver.
No final de setembro, o jornal independente egípcio Mada Masr dulgou que cerca de 400 manifestantes foram presos. Em meados de outubro, o advogado de direitos humanos Khaled Ali anunciou que quase duas mil pessoas haviam sido presas desde o início das manifestações.
O ex-candidato presidencial disse que os números se baseiam em depoimentos de advogados, familiares de detidos e grupos de direitos humanos porque o regime não revelou nenhum número oficial.
Na terça-feira, um tribunal de terrorismo em Gizé anunciou a libertação condicional de 416 “suspeitos”.
Há cerca de um mês, foram libertadas 79 crianças presas desde o início dos protestos de setembro.
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O anúncio gerou fortes críticas entre organizações de direitos humanos, que perguntaram o que aconteceu com essas crianças na semana em que foram detidas.
Todas as crianças tinham entre 10 e 15 anos e eram principalmente do Alto Egito, onde a maioria dos protestos estava ocorrendo.
Os egípcios tomaram as ruas depois que o denunciante Mohamed Ali, que ganhou fama dor denunciar corrupção do governo no ano passado, pediu que eles se unissem contra o regime governante.
Prisioneiros políticos no Egito, incluindo crianças, são sistematicamente torturados, abusados e condenados em julgamentos em massa.
Nos últimos meses, os defensores dos direitos têm realmente pressionado o governo egípcio a libertar prisioneiros de consciência, especialmente à luz da crise do coronavírus que se espalharia rapidamente pelas celas superlotadas e anti-higiênicas em que são mantidos.
Em outubro, 222 eurodeputados exortaram o Egito a libertar os seus presos políticos pouco depois de uma carta aberta a Abdel Fattah Al-Sisi de 56 congressistas norte-americanos que declararam que os abusos dos direitos humanos no Egito não seriam tolerados se Joe Biden ganhasse as eleições.