Nesta quinta-feira (5), a União Europeia voltou a reivindicar que Israel interrompa as demolições de casas palestinas nos territórios ocupados.
Peter Santo, porta-voz do bloco europeu, denunciou em nota: “Nesta semana, forças israelenses demoliram mais de 70 estruturas, incluindo instalações residenciais, de subsistência e infraestrutura, pertencentes a onze famílias palestinas com 41 crianças, em Khirbet Hamsa Al-Foqa, norte do Vale do Jordão”.
Prosseguiu: “Esta demolição em larga escala confirma mais uma vez a tendência deplorável de apreensões e demolições, desde o início do ano … Ocorre ainda perante a ameaça de demolição da escola palestina na comunidade de Ras Al-Teen, centro da Cisjordânia, construída com recursos da União Europeia e seus estados-membros.”
“Há hoje 52 escolas palestinas sob ameaça de demolição”, destacou Santo. “Como reiterado em resoluções prévias da União Europeia, o bloco exige a proteção às crianças, incluindo seu direito ao ensino em um ambiente escolar seguro e estável. A educação é um direito humano básico, que deve ser protegido e preservado.”
Santo argumentou: “Tais eventos constituem impedimento à solução de dois estados”.
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“A União Europeia reitera seus apelos para que Israel suspenda todas as demolições, incluindo contra estruturas financiadas pelo bloco, em particular, à luz do impacto humanitário da atual pandemia de coronavírus”, concluiu o porta-voz.
Também na quinta-feira, anunciou a Organização das Nações Unidas (ONU): “Até então, em 2020, 689 estruturas foram demolidas em toda a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.”
Yvonne Helle, coordenadora humanitária em exercício para os territórios palestinos ocupados, revelou em nota que tais demolições resultaram efetivamente no deslocamento forçado de 869 palestinos, que perderam suas casas.
Helle enfatizou que o número de edifícios destruídos desde janeiro de 2020 até então é “maior do que todos os anos anteriores, desde 2016.”