A derrota do presidente dos EUA, Donald Trump, não afetaria Israel, mas poderia colocar o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em crise, afirmou o analista israelense Sima Kadmon na sexta-feira.
“Se Trump for derrotado, o primeiro-ministro israelense enfrentará uma bofetada forte, não Israel”, escreveu Kadmon no diário israelense Yedioth Ahronoth.
Kadmon observou que Netanyahu criou hostilidade com Barack Obama antes de deixar a Casa Branca e do início do mandato de Trump. Netanyahu usou as visões de Obama em relação à causa palestina, a solução de dois estados e o acordo nuclear do Irã como ferramentas para sua hostilidade aos democratas.
Essa hostilidade, de acordo com Kadmon, foi reforçada durante o mandato de Trump no cargo, aprofundando-se na medida em que a população israelense se tornou hostil ao candidato democrata Joe Biden, preferindo Trump para um segundo mandato.
“Não é uma coincidência que Netanyahu não tenha tomado sua decisão sobre as eleições”, escreveu Kadmon, acrescentando: “Eleger Trump para um segundo mandato é algo importante para tal decisão”.
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Ela reiterou: “Netanyahu teme a vitória de Biden porque tem medo de que o novo governo tente afetar a opinião pública de Israel – algo assim aconteceu no passado.”
Kadmon enfatizou que a administração de Biden não daria a Netanyahu “presentes” como Trump, “especialmente nos momentos críticos”, como reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e as Colinas de Golan antes das eleições de abril de 2019, o acordo do século antes das eleições de março de 2020 e dando-lhe os Emirados Árabes Unidos.