Netanyahu parabeniza Biden sobre vitória nos Estados Unidos e agradece Trump

Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, realiza coletiva de imprensa conjunta com o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, em Jerusalém, 9 de março de 2016 [Debbie Hill/AFP/Getty Images]

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu parabenizou o presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden neste domingo (8), ao reiterar a forte aliança entre os países, diante de possíveis divergências políticas sobre o Irã e os palestinos.

As informações são da agência Reuters.

“Parabéns a Joe Biden e Kamala Harris. Joe, tivemos uma relação pessoal, longa e amigável por quase 40 anos. Considero um grande amigo de Israel. Espero para trabalhar com ambos para fortalecer ainda mais a aliança especial entre Estados Unidos e Israel”, declarou Netanyahu em seu Twitter.

O perfil do premiê israelense na rede social, porém, ainda mantém uma fotografia de Netanyahu ao lado do presidente derrotado, Donald Trump.

Em perfeita sintonia com Trump ao longo de quatro anos, Netanyahu provavelmente terá obstáculos em seu caminho, diante de qualquer mudança de Biden sobre a política linha-dura de Trump contra o Irã e os palestinos.

Biden prometeu restaurar a anuência dos Estados Unidos ao acordo nuclear iraniano de 2015 – assinado quando era vice-presidente e revogado por Trump –, além de restituir a oposição nominal da Casa Branca aos assentamentos israelenses em terras ocupadas, nas quais o povo palestino deseja estabelecer seu estado independente.

Netanyahu prosseguiu ao agradecer Trump: “Obrigado, Donald Trump, pela amizade que demonstrou ao Estado de Israel e a mim pessoalmente, por reconhecer Jerusalém e Golã, por reagir ao Irã, pelos acordos históricos de paz e por trazer a aliança americano-israelense a alturas sem precedentes!”

A mensagem de Netanyahu foi publicada horas após diversos líderes mundiais terem congratulado o candidato democrata por sua vitória, a despeito da recusa de Trump em reconhecê-la. A campanha de Trump prometeu impor batalhas legais em todo o país para reverter o resultado das eleições.

Um porta-voz de Netanyahu não quis comentar sobre a relativa demora. Dani Dayan, ex-cônsul de Israel em Nova Iorque, alegou tratar-se de medida preventiva.

“Há um presidente na Casa Branca que ainda não reconheceu sua derrota e cujos caprichos definitivamente possuem grande papel em sua tomada de decisões. E ele continuará ali, na Casa Branca, por mais dois meses e meio”, declarou Dayan à Rádio do Exército.

Os laços íntimos de direita e extrema-direita entre Netanyahu e Trump sucederam uma relação menos amistosa entre o estado sionista e o ex-presidente democrata Barack Obama. Alguns críticos argumentam que a política de Obama alienou os democratas e comprometeu o apoio suprapartidário dos Estados Unidos a Israel.

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Michael Oren, ex-embaixador de Netanyahu em Washington, durante a presidência de Obama, previu laços amistoso com Biden. “Haverá divergências sobre o processo de paz. Haverá divergências certamente sobre o acordo nuclear iraniano, mas penso que esta amizade é sólida”, declarou.

O mercado de ações israelense respondeu positivamente à vitória de Biden. Os índices Tel Aviv 35 e TA-125 subiram em 0.3% no fechamento desta manhã.

Contudo, Trump mantém enorme popularidade entre os israelenses e muitos deverão mostrar tristeza perante o fim de seu mandato.

“Penso que o problema é que Biden não será tão duro ou forte como Donald Trump”, destacou Aaron Morali, estudante em Tel Aviv. “[Trump] dificultou ao povo iraniano que tenham qualquer projeto nuclear, mas penso que Biden será alguém muito acessível. Estou muito, muito assustado sobre o que pode acontecer.”

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