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Quatro crianças turcas e argelinas são ‘aterrorizadas’ por policiais na França

Policiais franceses em Paris, 18 de março de 2017 [Mustafa Yalçin/Agência Anadolu]
Policiais franceses em Paris, 18 de março de 2017 [Mustafa Yalçin/Agência Anadolu]

Quatro crianças foram “aterrorizadas” por policiais franceses armados, na última quinta-feira (5), sob alegações de que estavam “justificando o terrorismo”, ao apenas relatarem receios sobre a publicação de charges consideradas ofensivas ao Profeta Muhammad.

As informações são da agência Anadolu.

O grupo de crianças de dez anos de idade, três de origem turca e uma franco-argelina, foi levado a uma delegacia na cidade de Albertville, sudeste da França, após forças de segurança invadirem suas casas.

Servet Yildirim, cidadão franco-turco e pai de uma das crianças, declarou: “[A polícia] claramente queria nos aterrorizar!”

Dez policiais armados bateram na casa da família antes das 7h da manhã da última quinta-feira e assediaram os residentes ao invadir o local, relatou Yildirim. Os policiais revistaram a residência e confiscaram fotografias e quadros pendurados nas paredes.

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Yildirim, sua esposa e filha foram então levados à delegacia local onde foram questionados sobre sua identidade religiosa, por ao menos duas horas. “A polícia nos perguntava: Você ora? Vai á mesquita? Seus filhos vão à mesquita? Recebem educação religiosa lá?”, recordou.

A família foi interrogada ainda sobre suas opiniões referentes às tensões entre Emmanuel Macron e Recep Tayyip Erdogan, presidentes da França e Turquia, respectivamente. “O que você acha do debate entre Erdogan e Macron? … Qual a sua opinião política sobre a Turquia?”, questionaram os policiais, segundo Yildirim.

A invasão das forças de segurança à casa da família ocorreu pois a filha de Yildirim expressou preocupações sobre as charges de Muhammad, profeta do Islã, em sala de aula.

A menina de dez anos de idade relatou à Anadolu que sua professora perguntou o que ela achava do assassinato de Samuel Paty, decapitado por um adolescente após exibir caricaturas de Muhammad a seus estudantes.

Recordou a menina: “Eu disse que sentia muito que ele estava morto, mas que nada aconteceria se ele não tivesse mostrado os desenhos … Minha professora respondeu ‘está bem, eu entendo’ e acabou aí.”

Yildirim reiterou à Anadolu que sua filha não estava familiarizada com o incidente e que a família jamais discutiu o assunto em casa.

A agressão ocorre apenas alguns dias após estudantes voltarem às escolas na França, diante de novas restrições devido ao coronavírus. As instituições de ensino marcaram a volta às aulas com um minuto de silêncio em memória de Samuel Paty.

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