As eleições municipais de 2020 acontecem neste domingo, dia 15, e muitos dos eleitores ainda não escolheram o candidato a vereador, segundo o Ibope. Na política, a comunidade árabe já se destacou com nomes como Michel Temer, Fernando Haddad, Gabriel Chalita e Jamil Murad. Cerca de 7% da população brasileira é árabe ou tem ascendência árabe, projetou o censo do Ibope Inteligência em parceria com a H2R Pesquisas Avançadas. Segundo a pesquisa, a comunidade árabe do Brasil, é formada 10% por imigrante, 20% é filho de imigrante e 41% é neto. Nessas eleições, conheça alguns candidatos à vereadores de São Paulo que representam essa grande comunidade em diversos partidos.
Nabil Bonduki, de 65 anos, é descendente de imigrantes Sírios e veterano na política. Esse ano é candidato do PT a vereador pelo coletivo + Direito à Cidade. Ele é professor titular de Planejamento Urbano na FAU-USP e já foi professor visitante na Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA). Em São Paulo, foi vereador por dois mandatos, secretário municipal de cultura e autor do Plano Diretor Estratégico.
O candidato do PSOL Sheikh Rodrigo Jalloul, de 34 anos, é neto de libanês, nasceu em São Paulo e estudou no Santuário de Qom, no Irã. Ele se tornou o primeiro clérigo xiita nato do Brasil. É feirante, atua como líder religioso no Centro Islâmico da Penha e é voluntário em uma ONG de animais abandonados ou que sofreram maus tratos. O Sheikh Rodrigo é defensor dos direitos humanos, liberdade religiosa e aproximação das religiões.
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A jovem candidata Wafá Kadri, partido Novo, de 23 anos, morou no Líbano durante a infância com a avó, sua mãe é síria e o pai libanês. Wafá estudou Relações Internacionais na PUC e já trabalhou no Consulado Geral do Líbano e na prefeitura de São Paulo, na secretaria de assistência e desenvolvimento pessoal, principalmente com imigrantes e refugiados. Também natural de São Paulo e descendente de árabes, o médico cardiologista Dr. Mohamed Youssef, de 48 anos, candidata-se pelo partido PODE.
Entre os candidatos à vereador naturalizados brasileiros, o PCdoB lança Ibahim Habib, advogado de 48 anos nascido no Líbano. No PRTB, Ohans Banous Hanna, 62 anos, chamado apenas de Hanna nas urnas, é Sírio, empresário e ex presidente da Conseg Perus Anhanguera. Com exceção de Nabil Bonduki, todos estão estreando na carreira política este ano.
No estado de São Paulo, destacam-se candidatos árabes em outros municípios. Em Santo André, região metropolitana, Rihab Hammadeh, 51 anos, do Partido Social Democrático, nasceu em Damasco, Síria, e migrou para o Brasil aos cinco anos de idade. A candidata tem sofrido ataques nas redes sociais por ser estrangeira e muçulmana desde que lançou sua candidatura. Em Pindamonhangaba, Farvardin Esazade, de 53 anos e também candidato pelo PSD, nasceu no Irã e está cadastrado nas urnas pelo apelido Taliban, que recebeu quando chegou ao Brasil em 1998, por um ex-chefe que não sabia pronunciar seu nome. O Progressistas (PP) lança na cidade de Mirassol o candidato Ahmed Hussein Fares, de 59 anos, nascido no Líbano. Nas urnas, seu nome consta apenas como Libanês.
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