Hassan Nasrallah, secretário-geral do movimento libanês Hezbollah, afirmou em pronunciamento à televisão, exibido ontem (11) estar satisfeito com a “derrota humilhante” do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, nas eleições da última semana.
Não obstante, Nasrallah exortou aliados regionais a permanecerem alertas contra qualquer “tolice” de Israel ou Estados Unidos durante o período que resta ao mandato de Trump.
Seu discurso coincidiu com o Dia do Martírio, comemorado pelo Hezbollah, em referência particular à operação de Ahmad Kassir, que detonou explosivos em seu carro em frente a uma base da ocupação israelense na cidade de Tiro, em 1982.
Nasrallah também comentou sobre o resultado das eleições americanas e a recusa de Trump em aceitar a derrota: “Peço àqueles que se gabam da democracia dos Estados Unidos que vejam este exemplo e observem se realmente devemos imitá-lo.”
Prosseguiu: “Veja a situação nas grandes cidades. Pessoas em tendas, sem qualquer rede de proteção social, enorme surto de covid-19, doenças mentais, vício, encarceramento em massa, racismo desenfreado … Esta é a América que nos serve de exemplo!”
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Segundo o líder do grupo xiita, a política regional dos Estados Unidos não deverá mudar, independente de um presidente democrata ou republicano, ambos concentrados em defender a “segurança e supremacia de Israel.”
“Todos buscam fortalecer e empoderar Israel. De onde estamos, não faz diferença”, argumentou Nasrallah. Contudo, reiterou que o governo Trump representou “o pior ou um dos piores na história americana.”
“Sinto grande alegria com a derrota humilhante de Trump, devido a seu crime flagrante contra os mártires Qassem Soleimani e Abu Mahdi Al-Muhandis”, declarou o político libanês, em referência ao ataque a drone que matou o general iraniano e o comandante iraquiano, sob ordens de Trump, em janeiro último.
Nasrallah também aproveitou a oportunidade para reafirmar que seu movimento não deseja envolver-se em qualquer discussão sobre a demarcação de fronteiras do Líbano, seja por mar ou terra. “É responsabilidade do estado e recai sob seus mecanismos constitucionais.”
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