Ao menos 30 soldados e milhares de civis atravessaram a fronteira ao Sudão, para fugir das batalhas em curso na região de Tigré, norte da Etiópia.
Segundo a agência de notícias sudanesa SUNA, testemunhas relataram que “soldados da região de Amhara, fronteira com Tigré, fugiram em direção ao estado sudanês de Gedaref, na noite de segunda-feira”.
Um oficial militar sudanês, que falou à SUNA em condição de anonimato, afirmou que soldados etíopes “entregaram suas armas e solicitaram proteção à medida que os combates intensificam-se ao longo da fronteira.”
A fonte também sugeriu que o Sudão enviou 6.000 soldados à região.
No mesmo contexto, a agência de notícias revelou que massas de civis etíopes atravessaram a fronteira ao território sudanês, também na noite de segunda-feira (9), em direção à área de Al-Lakdi, nordeste do estado de Gedaref.
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O influxo de refugiados etíopes ao Sudão aumentou com a escalada dos conflitos na região de Hamira, em Tigré. Entretanto, o Ministério da Defesa da Etiópia anunciou ontem (11) que o exército enfim assumiu o controle do aeroporto local.
Na última quarta-feira (4), o Primeiro-Ministro da Etiópia Abiy Ahmed ordenou as forças armadas a conduzir operações militares na região, em resposta a um suposto ataque da Frente de Libertação Popular Sudão descobre valas comuns de pessoas desaparecidas desde a revoluçãoTigré contra uma base do exército nacional.
Tigré exercia um papel significativo no governo e no exército, antes de Abiy Ahmed chegar ao poder, em 2018.
Não obstante, habitantes locais denunciam uma onda de marginalização. Recentemente, anunciaram intenções de ruptura com a coalizão central de governo e exortaram Ahmed a realizar eleições regionais, em setembro. O governo negou, ao rotular a proposta como ilegal.