O ex-presidente boliviano Evo Morales voltou a pé ao seu país, atravessando a ponte fronteiriça que liga a cidade argentina de La quiaca à cidade boliviana de Villazon, depois de deixar a Bolívia há um ano e refugiar-se na capital do país vizinho, Buenos Aires, como um resultado do golpe da direita contra a presidência boliviana.
Morales confirmou em entrevista ao canal Qatari Al-Jazeera, concedida na casa em que vivia no exílio, que apoiará o presidente eleito Louis Arce, e que seu país continuará apoiando a causa palestina como antes.
O correspondente da Al-Jazeera na América Latina, Hassan Massoud que conduziu a entrevista, transmitiu ao Monitor do Oriente Médio a afirmação de Morales de que no próximo período a Bolívia estaria mais próxima da Palestina, em contraste com a abordagem adotada pela direita boliviana no ano passado de normalização das relações com Israel.
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Morales afirmou a Masoud que, seja qual for o preço que ele ou a Bolívia venham a pagar, a Bolívia continuará apoiando a causa palestina e todas as causas justas ao redor do mundo, porque esta é a abordagem dos povos indígenas desde o início da colonização europeia e que prevalecerá.
A Bolívia, durante os 14 anos do governo de Evo Morales, apoiou a causa palestina em todos os fóruns, e cortou relações com a ocupação israelense em 2009, durante a agressão israelense à Faixa de Gaza.
Apesar da onda de normalização que alguns países estão empreendendo com a ocupação israelense, que se reflete também no voto brasileiro desta semana contra uma resolução da Organização Mundial da Saúde (OMS) voltada a garantir a saúde dos palestinos nos territórios ocupados, muitos países ainda apoiam e defendem a causa palestina. Isso fica evidente quando a Bolívia confirma seu distanciamento de Israel e a continuidade de seu apoio ao povo palestino.