Moscou anunciou um acordo preliminar com o Sudão, nesta quarta-feira (11), que deverá permitir o estabelecimento de bases logísticas navais na costa sudanesa do Mar Vermelho.
A base proposta será capaz de acomodar até 300 soldados e funcionários, conforme determinado pelo acordo, além de navios equipados com instrumentos nucleares – “levando em consideração os requisitos de segurança nuclear e ambiental” –, dado que não ultrapasse quatro navios ancorados simultaneamente.
Pacto bilateral
O Primeiro-Ministro da Rússia Mikhail Mishustin declarou em nota oficial, divulgada na última sexta-feira (6), que o acordo preliminar foi discutido brevemente com o governo sudanês e será submetido ao presidente russo Vladimir Putin.
O premiê sugeriu que o Sudão aprovou a instalação da base naval em seu território, em troca da promessa de desenvolver e modernizar a infraestrutura do país norte-africano, a fim de manter e abastecer os navios de guerra russos e conceder hospedagem a suas tripulações.
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A Rússia expressou disposição ainda em fornecer armamentos e equipamentos militares ao Sudão gratuitamente, com o objetivo de manter os sistemas de defesa aérea da base proposta.
Reiterou a declaração: “A presença da base logística naval da Rússia no Sudão, instituída para propósitos de defesa, coincide com os objetivos de manter a paz e estabilidade na região, e não impor quaisquer ameaças a outros países”.
O tratado terá duração de 25 anos, automaticamente renovado por períodos de dez anos consecutivos, caso nenhuma das partes notifique por escrito sua intenção de encerrá-lo.
Em 2017, o então Presidente do Sudão Omar al-Bashir visitou Moscou e assinou acordos para modernizar suas Forças Armadas. Após a deposição de al-Bashir, em 2019, o novo governo sudanês confirmou seu compromisso com tais tratados políticos, econômicos e militares.
A Rússia também envia conselheiros militares de tempos em tempos a diversos países africanos, como parte de seus esforços para restaurar a influência que detinha historicamente na região, antes do colapso da União Soviética, há mais de 30 anos.