Christiane Amanpour, âncora da emissora de televisão CNN, comparou o período da presidência de Donald Trump na Casa Branca ao episódio da Noite dos Cristais, em 1938.
Sua controversa analogia enfrenta agora duras críticas, reportou o jornal israelense The Jerusalem Post.
Residente em Londres, Reino Unido, Amanpour fez o comentário durante segmento aberto de um programa de notícias, na sexta-feira (13).
Ao vivo, declarou: “Nesta semana, há 82 anos atrás, ocorreu a Noite dos Cristais. Foi o tiro de aviso dos nazistas, que atravessou todo o arco de nossa civilização humana, levou ao genocídio contra toda uma identidade e, sobre uma torre de livros em chamas, conduziu um verdadeiro ataque contra o conhecimento, a história, a verdade”.
Prosseguiu: “Após quatro anos de um atentado moderno aos mesmos valores, executado por Donald Trump, a equipe Biden-Harris promete um retorno às normas, incluindo a verdade”.
Durante seu comentário, uma tela atrás de Amanpour exibia imagens da manhã seguinte à Noite dos Cristais e vídeos de livros em chamas na Alemanha da época.
A Noite dos Cristais (Kristallnacht) ficou conhecida desta forma devido aos vidros estilhaçados que tomaram as ruas da Alemanha, após negócios e casas pertencentes a cidadãos judeus, além de sinagogas, serem destruídos por uma onda de violentos ataques nazistas, considerados precursores do Holocausto.
Em resposta ao comentário de Amanpour, Anat Sultan-Dadon, cônsul-geral de Israel em Atlanta, escreveu à CNN exigindo um pedido formal de desculpas.
A carta de Sultan-Dadon, com cópia enviada ao Jerusalem Post, evoca a morte de noventa judeus durante os ataques da Noite dos Cristais, além de 30.000 presos e deportados aos campos de concentração.
Segundo a diplomata israelense, é ultrajante que Amanpour tente utilizar o Holocausto como instrumento político. Sultan-Dadon argumentou que os comentários da jornalista são desrespeitosos às vítimas.
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Omer Yankelevich, Ministro de Assuntos da Diáspora do Estado de Israel, também exigiu um pedido de desculpas da CNN. Neste domingo (15), o ministro alegou que a rede americana deveria “ser parceira no esforço global contra o antissemitismo, ao invés de incitá-lo”.
Prosseguiu: “Utilizar a memória do Holocausto para redigir manchetes baratas ou propor uma agenda política é preocupante e distorce a verdade histórica e moral”.
Os comentários de Amanpour também causaram comoção no Twitter. Alguns usuários descreveram a jornalista veterana como “tola”. Outros questionaram a legitimidade dos comentários de Amanpour, dado que 70 milhões de americanos votaram pela reeleição de Trump, no início do mês.
Escreveu um usuário: “Como é possível tolerar isso, após 70 milhões de americanos votarem por Trump? É quase como incitar violência!”
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