Filme ‘Gaza vive’, uma homenagem na Semana da Solidariedade

Documentário

Em 2006, Israel impôs um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo à Faixa de Gaza. O sofrimento dos 1,8 milhão de palestinos na Faixa de Gaza aumentou, e eles estão sob ocupação israelense desde 1967. O que é surpreendente, mas não menos importante que a questão do bloqueio, é a forma como os palestinos se adaptam à situação miserável em que vivem. Este é o tema do filme, que vai ao ar no canal do YouTube, no dia 2  de dezembro.

“Israel acredita que podemos ser varridos da face da terra e tomar nossa terra, mas quanto mais eles aumentarem suas atrocidades, mais nós resistiremos”, diz Abu Anwar Al-Jahjouh, palestino, vendedor de milho em Gaza.

Em uma entrevista ao Monitor do Oriente Médio, o jornalista  palestino disse Amjad Abu Seedo:

“Acredito que, apesar do volume de filmes produzidos sobre Gaza, ainda precisamos de muitos mais, e a razão é simplesmente porque o sofrimento em Gaza aumenta e varia a cada momento, e com ele muitos desafios que o povo palestino enfrenta, confrontando a ocupação israelense e a opressão que exerce contra ele. Cada canto em Gaza e na Palestina em geral carrega muitas histórias que precisam ser documentadas. As pessoas em Gaza precisam falar e documentar suas conversas. As histórias de sucesso que surgem em meio ao sofrimento precisam ser transmitidas para que o mundo possa saber que o povo palestino jamais será derrotado. Todos sabem que o conflito atual com a ocupação israelense não é apenas militar, hoje, mas há também uma luta da mídia! Não é segredo para ninguém como Israel, através da mídia internacional, apresenta-se como vítima, enquanto mostra o povo palestino como a fonte do terrorismo. E o que é apresentado na Netflix, como a série israelense Chaos e outras, é a maior prova”.

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O que é produzido sobre a Palestina, na maior parte, é em árabe, em virtude do fato de o ambiente em que é produzido ser árabe. E isso é lindo, mas não é suficiente, porque precisamos nos dirigir a todos na sua própria língua, principalmente em línguas que não são muito difundidas no mundo, como o português, apesar de o número de falantes ultrapassar 300 milhões de pessoas! E quando você busca pelo volume de materiais midiáticos traduzidos para o português, principalmente como dublagem, você encontrará um número muito limitado, apesar do fato de o Brasil ser um grande país e um gigante econômico e seu povo apoiar a causa palestina, longe da atual política externa do Brasil com a ascensão da direita. Portanto, o que o Monitor do Oriente Médio está fazendo, traduzindo obras árabes para o português, é muito importante e eu peço mais, não apenas para traduzir textos, mas também para que haja trabalhos com dublagem própria e, depois, que os trabalhos estejam completos em sua produção. A Palestina merece muito trabalho na mídia, para transmitir sua voz ao mundo.

No mundo de hoje, a Palestina não pode desfrutar de uma parte da democracia. Desde que o Hamas ganhou as eleições em 2006, Israel, infelizmente, impôs um bloqueio brutal e lançou várias guerras devastadoras. Estima-se que 3.920 pessoas foram mortas como resultado dessas três guerras (2008, 2012 e 2014), e cerca de 17.700 ficaram feridas, durante as quais universidades, igrejas, mesquitas, escolas e todas as instalações vitais foram destruídas.

Infelizmente, em Gaza, o sofrimento tornou-se uma espécie de rotina, devido ao cerco imposto a ela por quase 15 anos. Nem mesmo necessidades básicas da vida são atendidas e as crises são numerosas. Há uma crise de água, combustível, materiais básicos e até medicamentos, que quase não existem. Os residentes da Faixa de Gaza estão privados de seus direitos mais básicos, como a liberdade de viajar e se deslocar entre as cidades.

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Os residentes da Faixa de Gaza, em particular, têm uma personalidade e psicologia maravilhosas para derrotar o ocupante sionista e confrontá-lo, além da imaginação. Eles buscam essa força no seu apego e na defesa de sua terra. Eles são verdadeiramente maravilhosos e são um exemplo de firmeza, luta e desafio, em meio às contínuas conspirações contra eles, por parte de Israel, no século XX. E esta é a ideia deste filme.

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