O Hamas condenou ontem (17) a decisão da Autoridade Palestina de restaurar relações com a ocupação israelense, confirmou nota oficial do grupo palestino.
Ao assumir a medida, declarou o Hamas, a Autoridade Palestina “ignora todos os valores e princípios nacionais, além dos próprios resultados determinados pela conferência realizada por secretários-gerais das facções palestinas”.
“Esta decisão é uma facada nas costas dos esforços nacionais voltados a construir parcerias nacionais e desenvolver uma estratégia nacional para enfrentar os planos de anexação e o acordo do século”, reiterou a nota, em referência à proposta do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, anunciada em janeiro último.
O movimento de resistência palestino alegou surpresa que “tal movimento ocorra logo após Israel anunciar a construção de milhares de unidades de assentamentos na Cisjordânia ocupada”, ao destacar que, deste modo, a Autoridade Palestina legitima a normalização dos estados árabes com Israel.
O Hamas exortou a Autoridade Palestina a “recuar desta medida imediatamente e interromper as apostas em Joe Biden”, em referência ao presidente eleito dos Estados Unidos, que deverá assumir o cargo em 20 de janeiro.
Prosseguiu: “A terra não será libertada, a ocupação não será expulsa e os direitos não serão preservados, exceto através de uma verdadeira união nacional baseada em um programa nacional abrangente, com foco na política estratégica de resistência à ocupação israelense”.
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A Autoridade Palestina revelou ontem que deverá retomar a cooperação civil e de segurança com Israel, suspensa em maio diante dos planos israelenses de anexar ilegalmente grandes partes da Cisjordânia ocupada.
O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu enfatizou previamente que os planos de anexação não estão descartados, mas apenas postergados, por ora.