Oxfam condena venda de armas para países que alimentam a guerra no Iêmen

A Oxfam International criticou ontem a venda de armas a países que estão alimentando a guerra no Iêmen e exacerbando o sofrimento do povo iemenita. “Ganhar bilhões com as exportações de armas que alimentam o conflito e, ao mesmo tempo, fornecer uma pequena fração disso em ajuda ao Iêmen é imoral e incoerente. As nações mais ricas do mundo não podem continuar a colocar seus lucros acima do povo iemenita”, disse o diretor da Oxfam para o Iêmen, Muhsin Siddiquey, disse em um comunicado.

EUA dão armas aos sauditas para bombardear o Iêmen – charge [Carlos Latuff/ Monitor do Oriente Médio]

Citando informações do banco de dados de transferência de armas do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), Siddiquey explicou que os membros do G20 exportaram mais de US$ 17 bilhões em armas para a Arábia Saudita desde que o reino se envolveu no conflito no Iêmen em 2015, mas doou apenas um terço desse montante em ajuda às pessoas afetadas pela maior crise humanitária do mundo.

O comunicado acrescentou que os chefes de estado do G20 devem se reunir virtualmente no final desta semana em uma cúpula organizada pela Arábia Saudita, acrescentando que as vendas de armas para a nação do Golfo podem passar por um novo escrutínio, já que o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, disse que ele interromperia a venda de armas para a Arábia Saudita, uma vez que esta alimenta a guerra no Iêmen.

“Quando as exportações de armas das nações do G20 para outros membros da coalizão são incluídas, a cifra de US$ 17 bilhões sobe para pelo menos US$ 31,4 bilhões entre 2015 e 2019, último ano do qual há registros disponíveis. Isso é mais de cinco vezes o valor que essas nações do G20 deram em ajuda ao Iêmen entre 2015 e 2020 “, acrescentou.

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