Ao menos 400 crianças palestinas foram presas pelas autoridades israelenses desde o início do ano, disse a Sociedade de Prisioneiros Palestinos (SPP).
Em comunicado divulgado no Dia Internacional da Criança, comemorado hoje (20) na Palestina, a SPP afirmou: “As autoridades de ocupação israelenses prenderam 400 crianças palestinas menores de 18 anos desde o início deste ano, a maioria de Jerusalém Oriental”.
“As autoridades israelenses continuam mantendo 170 crianças palestinas em suas prisões.”
“Israel está cometendo várias violações contra crianças palestinas durante a detenção, o que inclui impedi-las de completar seus estudos, além de privar algumas delas de visitas familiares e isolá-las em celas individuais”, acrescentou o comunicado.
A acusação mais comum é o lançamento de pedras, situação que os militares israelenses consideram uma “ofensa à segurança”. Os culpados podem ser condenados a até 20 anos de prisão, dependendo da idade da criança.
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O exército israelense realiza frequentes campanhas de prisão em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo a Jerusalém Oriental ocupada, sob pretexto de busca de palestinos “procurados”.
As crianças que vivem na Jerusalém Oriental ocupada são as mais visadas, disse a SPP. Muitas, segundo denúncias, são presas pelo menos uma vez por mês.
As forças de segurança israelenses usaram força desnecessária para prender ou deter crianças palestinas de não mais de 11 anos.
Israel é o único país do mundo a processar crianças rotineiramente em tribunais militares que carecem de salvaguardas básicas para um julgamento justo. Além disso, as crianças palestinas detidas por Israel enfrentam abusos e tortura sistemática, legitimados pelo judiciário e pelo governo.
A SPP apelou às instituições internacionais de direitos humanos para agirem e pressionarem Israel para que acabe com o abuso a crianças palestinas.
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