Residentes de Agdam, território ocupado pela Armênia por 27 anos, desde a primeira Guerra de Nagorno-Karabakh, relataram neste sábado (21) que a cidade foi convertida em ruínas, logo após a retirada do exército armênio, no dia anterior.
Segundo os relatos, não há quase prédios estáveis.
As informações são da agência Anadolu.
No passado, cerca de 143.000 azeris viveram na cidade, mas agora restam apenas estradas precariamente mantidas e edifícios em escombros.
A mesquita de dois minaretes, construída no século XIX, é o único edifício de Agdam cuja estrutura principal permanece intacta. Porém, também apresenta precariedade e negligência.
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A destruição armênia e Agdam durante a ocupação é descrita na imprensa internacional como “Hiroshima do Cáucaso”.
Relações entre as ex-repúblicas soviéticas Armênia e Azerbaijão mantiveram-se tensas desde 1991, quando o exército armênio ocupou Nagorno Karabakh (Alto Karabakh) e sete regiões adjacentes.
O território disputado é reconhecido como parte do Azerbaijão, mas possui população de maioria étnica armênia.
Novos confrontos eclodiram em 27 de setembro. Segundo fontes azeris, o exército armênio insistiu em atacar civis, além de postos militares do Azerbaijão. As partes trocaram acusações de violação do cessar-fogo humanitário, previsto para manter-se por 44 dias.
O exército azeri então conquistou uma série de cidades e quase 300 assentamentos e aldeias, ao longo deste período.
Em 10 de novembro, os países em questão assinaram um acordo mediado pela Rússia para encerrar o conflito e trabalhar conjuntamente para obter uma solução abrangente. A trégua é vista como vitória ao Azerbaijão.
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