A organização de direitos humanos We Record documentou diversas violações sem precedentes dentro da prisão feminina de Al-Qanater, no Egito.
Forças de segurança, junto do inspetor-chefe responsável pela penitenciária, invadiram a ala onde prisioneiras políticas são mantidas. Então, começaram a agredí-las e espancá-las.
Cinco detentas – Israa Khaled, Basma Rifat, Sumeya Maher, Nadia Abdul Hadi e Sara Abdullah – foram transferidas às alas de criminosos comuns.
As forças de segurança confiscaram suas roupas, medicamentos, alimentos e bebidas. Em seguida, proibiram as outras prisioneiras de realizar qualquer exercício, além de ameaçar novas violações.
Cerca de dois meses atrás, a administração da prisão impôs severas restrições a visitas contra as detentas Ghada Abdel Aziz, Hala Hammouda, Radwa Abdel Halim e Alia Awad.
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As presas Aisha Al-Shater e Hoda Abdel Moneim, que completaram dois anos em prisão preventiva, isto é, sem julgamento, também foram proibidas de receber visitas em Al-Qanater. Ola Al-Qaradawi e Sumaya Maher receberam a mesma punição arbitrária.
Ainda neste ano, o Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo reportou que ao menos cinco prisões femininas no Egito não acatam “padrões mínimos de vida humana” ou “condições mínimas para o tratamento das prisioneiras”.
Mais de cem mulheres são mantidas nas cadeias do Egito como presas políticas, devido à sua oposição ao atual regime do Presidente Abdel Fattah el-Sisi. As detentas são sistematicamente submetidas a abusos físicos e psicológicos e más condições sanitárias.
As prisioneiras são mantidas em confinamento solitário, sem acesso a cuidados médicos e sob grave assédio das equipes penitenciárias ou outras presas.
No Egito, a prisão de mulheres era vista anteriormente como um limite a ser respeitado, mas o regime do general Sisi decidiu investir contra elas, tanto por sua oposição ao governo, quanto como forma deliberada de aterrorizar familiares politicamente ativos.