O Procurador-Geral do Egito disse ontem que uma das jovens condenadas por serem influenciadoras no TikTok, sob acusação de “devassidão” e “imoralidade” por postarem vídeos na rede, recebeu uma transferência de Israel.
A alegação foi feita durante um encontro com um grupo de jovens egípcios na estatal National Training Academy, quando Hamada Al-Sawi afirmou que os promotores checaram as contas bancárias das meninas e descobriram em uma delas que o dinheiro havia sido transferido de Israel.
Os internautas egípcios simpatizam com as “garotas TikTok” condenadas e defendem sua liberdade nas redes. Al-Sawi disse aos jovens que os promotores não tiveram escolha a não ser se levantar contra “os crimes” de imoralidade de que são acusadas pelo governo.
“A realidade é que, se essas meninas saírem da prisão, elas voltarão aos mesmos crimes”, disse ele. “Uma das garotas está agora de pé na jaula [do tribunal] segurando o Alcorão, e depois que ela sair [da prisão], ela retornará aos vídeos indecentes” – disse o procurador.
Durante o verão, as autoridades egípcias prenderam e acusaram várias mulheres influenciadoras no TikTok. Isso gerou raiva e consternação entre os críticos, que viram a onda de prisões e acusações como uma repressão patriarcal às liberdades e direitos das mulheres egípcias.
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