Turquia deportou 9.000 terroristas estrangeiros, afirma Erdogan

Combatentes do Daesh [foto de arquivo]

O Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan declarou ontem (22) que seu governo capturou e deportou quase 9.000 combatentes e terroristas estrangeiros, ao destacar que seu país é o único membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) presenta na vanguarda da luta contra o Daesh (Estado Islâmico).

Em discurso à cúpula virtual de líderes do G20, sediada em Riad, capital da Arábia Saudita, Erdogan afirmou: “Embora deixados sozinhos, capturamos quase 9.000 terroristas estrangeiros e os enviámos de volta a seus países”.

Prosseguiu: “Somos o único país da OTAN a enfrentar o Daesh na Síria, na linha de frente”. Segundo o presidente turco, o objetivo de suas tropas é “eliminar a ameaça terrorista, prevenir conflitos e fortalecer a estabilidade”.

Muitos combatentes estrangeiros lutaram na vizinha Síria ao longo da guerra civil e então fugiram pela fronteira com a Turquia, mas foram capturados em seguida. Nos últimos anos, o governo de Erdogan decidiu dar foco ao problema de sua deportação.

LEIA: Turquia detecta célula de espionagem sobre recursos energéticos

Muitos países europeus, no entanto, demonstraram indisposição ou relutância em repatriar seus cidadãos, devido a receios subsequentes de segurança nacional.

Em novembro de 2019, o Ministro do Interior da Turquia Suleyman Soylu anunciou que sua administração planejava deportar cerca de 1.200 combatentes do Daesh a seus países de origem, na Europa, independente de preservarem direitos de cidadania ou não.

A Turquia então deu início ao processo de repatriação, ao deportar dezenas de terroristas do Daesh, no mês seguinte, e manter as deportações ao longo de 2020.

Além disso, forças de segurança turcas reagiram ameaças de células do Daesh ao prender um “emir” da organização, em setembro último.

Neste mês, autoridades turcas prenderam também dezenas de suspeitos, por supostos vínculos com o Daesh. Quatro pessoas foram presas na capital Ancara, ainda ontem.

Desde a ascensão do grupo terrorista e sua expansão aos territórios vizinhos do Iraque e da Síria, em 2014, a Turquia manteve a postura de considerar a presença do Daesh como ameaça à segurança nacional e regional.

Em janeiro, o chefe da OTAN Jens Stoltenberg afirmou que a Turquia exerce de fato um papel crucial no combate contra o Daesh, como membro mais próximo da coalizão internacional, em termos de distância.

LEIA: Turquia alertou Áustria sobre atirador de Viena com antecedência

Sair da versão mobile