‘Auditoria forense do Banco Central é questão nacional’, alega Presidente do Líbano

Presidente do Líbano Michel Aoun em Beirute, 16 de agosto de 2020 [Presidência do Líbano/Agência Anadolu]

O Presidente do Líbano Michel Aoun confirmou na quarta-feira (25) que a auditoria forense do Banco Central do país é considerada questão nacional, ao descrevê-la como “melhor caminho para superar a crise”.

Durante reunião com a Ministra da Justiça Marie-Claude Najm, no Palácio Baabda, residência oficial do presidente, Aoun exortou a mídia a lidar com fatos e responder positivamente aos apelos do governo.

O último apelo do tipo feito por Aoun ocorreu em seu discurso para o Dia da Independência do Líbano, em 22 de novembro, para que todos tratassem da questão com responsabilidade, em nome do interesse nacional.

Na terça-feira (23), Aoun emitiu uma mensagem ao parlamento via Nabih Berri, presidente da câmara, para tratar da auditoria do Banco Central. O chefe de estado libanês reiterou que sua proposta “é completamente alheia a disputas políticas, sejam formais ou arraigadas”.

Aoun destacou que o objetivo da mensagem é “lidar com uma tragédia nacional majoritária.”

Prosseguiu: “Sem resolver a questão da auditoria forense, será impossível chegar a qualquer acordo, seja com os países dispostos a ajudar o Líbano, seja com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e instituições financeira”.

O Líbano sofre da pior crise econômica na história do país, desde a guerra civil, entre 1975 e 1990, além da pandemia de coronavírus e pressões para investigar a enorme explosão no porto de Beirute, em 4 de agosto.

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Famílias das vítimas da explosão protestam contra o governo

Familiares de dezenas de vítimas da explosão no porto de Beirute, em agosto, participaram de uma marcha perto do parlamento libanês, nesta quarta-feira (25), para protestar contra a demora nas investigações sobre as causas do incidente.

Os manifestantes exibiram imagens de seus entes queridos que faleceram na explosão e cartazes com palavras de ordem em denúncia contundente à demora nas investigações. Insistiram ainda em “despolitizar” o caso.

Os parentes das vítimas culpam o “sistema sectário” e sua decorrente elite política pela tragédia. Porém, alegaram confiança de que o judiciário libanês cumprirá seu papel em nome das vítimas, ao emitir uma decisão justa e transparente, reportou a rede libanesa ANN.

Os manifestantes também alertaram que poderão recorrer a instituições estrangeiras para obter justiça pelos mortos da explosão, caso o judiciário libanês não seja capaz de conduzir julgamentos justos.

O ato coincidiu com uma sessão na Câmara dos Representantes para debater a lei eleitoral.

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