O Instituto de Relações de Raça (IRR) lançou uma campanha no Twitter nesta quarta-feira (25), a fim de conscientizar usuários das redes sociais sobre a perigosa jornada feita por refugiados em direção à Europa, sob a hashtag #SafePassageNow (#SalvoCondutoAgora).
📢TWITTER STORM WEDNESDAY!
To shine a spotlight on the nearly 300 border-related deaths between the UK & France since 1999, we're asking people to take part in an online action this Wednesday at 12-3pm, using the hashtag #SafePassageNow
Details at https://t.co/jt6hWwA5Ze pic.twitter.com/sJ9r17Qzbx
— Institute of Race Relations (@IRR_News) November 23, 2020
‘Para dar atenção às quase 300 mortes relacionadas à travessia entre Reino Unido e França, desde 1999, pedimos às pessoas que participem deste ato online’, convoca o IRR
O projeto, conhecido como “travessias de risco”, tem como meta humanizar a questão dos refugiados e migrantes, vítimas de violência nas fronteiras europeias, tratados meramente como manchetes e estatísticas.
No chamamento pelo ato virtual, o IRR destacou as quase 300 mortes relacionadas à travessia das fronteiras entre Reino Unido e França, registradas desde 1999.
Figuras de destaque envolveram-se na campanha, como o autor Alan Gibbons e a parlamentar britânica Bell Ribeiro-Addy.
When I visited the Calais refugee camp, I heard asylum seekers’ stories at first hand.
No more tragedies caused by government callousness.#SafePassageNow pic.twitter.com/ifVYhHXmcw
— Alan Gibbons (@mygibbo) November 25, 2020
‘Quando visitei o campo de refugiados em Calais, ouvi histórias dos requerentes de asilo. Basta de tragédias causadas pela insensibilidade do governo’, escreveu Alan Gibbons
300 people are known to have died trying to reach the UK since 1999. That's 1 death every 4 weeks.
Stricter borders don't deter the migration of desperate people or disrupt smuggler networks but they do harm people in need of help #SafePassageNow https://t.co/AWxxAoHAP1
— Bell Ribeiro-Addy MP (@BellRibeiroAddy) November 25, 2020
‘Fronteiras restritas não impedem a migração de pessoas desesperadas ou detêm as redes de contrabandistas, mas sim prejudicam as pessoas carentes de ajuda’, alertou Ribeiro-Addy
The nearly 300 border-related deaths between the UK & France since '99 are not tragic accidents but the result of man-made policies. Borders won't stop the movement of people, they just kill those that do #SafePassageNow
New report from @IRR_News today⤵️https://t.co/5s0LCSOJ7q pic.twitter.com/mxelas1SJQ
— Ilyas Nagdee (@ilyas_nagdee) November 25, 2020
‘As mortes nas fronteiras … não são acidentes trágicos, mas resultado de políticas humanas. Fronteiras não impedem o fluxo de pessoas, apenas as matam’, reiterou Ilyas Nagdee, articulista do The Guardian
Alguns usuários das redes sociais exortaram os governos europeus a reavaliar suas duras políticas de imigração, ao destacar que este rigor serve apenas para enriquecer as redes de tráfico humano, em franco detrimento dos refugiados.
We agree with @IRR_News. Harsher Channel border enforcement will only create more profit for smugglers, and more suffering for migrants.https://t.co/sr04VV1N03
#SafePassageNow— Migrant Voice (@MigrantVoiceUK) November 25, 2020
‘Concordamos com o IRR. Policiamento mais duro no Canal da Mancha dará mais lucros aos contrabandistas e mais sofrimento aos imigrantes’, declarou a organização Migrant Voice
“The UK government tries to present migrant Channel crossings as a failing on the French side. But much of the hardship in Calais stems from the refusal of the British gov to provide a #safePassage for people with a legitimate claim to asylum in this country.” #SafePassageNow https://t.co/JJbBXdH3Yv
— Jesuit Refugee Service UK (@JRSUK) November 25, 2020
‘Boa parte do sofrimento em Calais resulta da recusa do governo britânico em conceder salvo-conduto aos requerentes de asilo’, denunciou o Serviço Jesuíta aos Refugiados no Reino Unido
The UK Govmnt is attempting to delude the public with the message that 2021 will see a return to control over borders. This is not true. As Brexit dawns Britain is left without a coherent policy that will allow the decades old border crisis to be finally resolved#SafePassageNow
— Migrantpptlondon (@Migrantpptlond1) November 25, 2020
‘O governo britânico tenta iludir o público ao dizer que controlará as fronteiras em 2021 … Diante do Brexit, o Reino Unido fica sem qualquer política coerente para solução da crise’, alertou o Tribunal Popular Permanente para Refugiados, com sede em Londres
Outros usuários aproveitaram a oportunidade para relatar as histórias das famílias e pessoas que sofreram e morreram devido à falta de proteção aos refugiados que fogem em direção ao Reino Unido.
18 August 2019: "The body of 47-year-old Iraqi Niknam Massoud was discovered on Friday 23 August in the water of the Thorntonback wind farm, off the coast of Belgium, wearing one flipper and a life jacket made from a rucksack filled with empty plastic bottles." #SafePassageNow
— Dr. Sue Conlan (@sueconlan) November 25, 2020
‘Abaixo os nomes de alguns dos mortos que tentavam chegar ao Reino Unido … Lembrem-se deles quando disserem que o país tem uma história honrosa ao oferecer segurança aos refugiados’, detalhou Sue Conlan, diretora do Centro de Pesquisa e Consultoria para Imigrantes e Requerentes de Asilo
Europa tötet.#SafePassageNow #SafePassage #NotMyEU #ShameOnYouEurope#LeaveNoOneBehind #LeaveNoOneToDie https://t.co/wRduMcOz8k
— Sandra Röken (@SanRoeken) November 26, 2020
‘A Europa mata’, reiterou Sandra Röken, ao detalhar o afogamento de oito pessoas, após três dias à deriva, na costa das Ilhas Canárias
“This report is about challenging the idea that this massacre is the result of misfortune. Reducing tragedies to accidents or framing them in terms of violence occurring between migrants is a way of concealing the responsibility of public authorities" – @legisti
#SafePassageNow pic.twitter.com/tQKPE4Ofqh
— Institute of Race Relations (@IRR_News) November 25, 2020
‘Este relatório é sobre desafiar a ideia de que o presente massacre decorre de mera fatalidade. Reduzir tragédias a acidentes … é encobrir a responsabilidade das autoridades públicas’, destacou o IRR
O IRR enfatizou que as mortes nas fronteiras marítimas britânicas receberam menor atenção da mídia do que as fatalidades no Mar Mediterrâneo.
Maël Galisson, representante da organização Gisti, que concede apoio legal a requerentes de asilo na França, declarou: “Este relatório é sobre desafiar a ideia de que o presente massacre decorre de mera fatalidade. Reduzir tragédias a acidentes ou enquadrá-las a uma suposta violência entre refugiados é encobrir a responsabilidade das autoridades públicas pela situação, que já dura mais de vinte anos”.
A Secretária do Interior do Reino Unido Priti Patel é duramente criticada por sua política sobre as fronteiras britânicas.
Recentemente, Patel tornou-se motivo de piada ao sugerir que máquinas de ondas artificiais, instaladas no Canal da Mancha, poderiam dissuadir a jornada marítima dos refugiados. A ministra também propôs o uso de redes fossem para impedir os refugiados de chegar à ilha.
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