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Jordânia reitera custódia de Al-Aqsa, sob receios de tomada saudita

Palestinos realizam oração de sexta-feira no pátio do complexo de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, em 6 de novembro de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
Palestinos realizam oração de sexta-feira no pátio do complexo de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, em 6 de novembro de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

O Reino Hachemita da Jordânia reafirmou sua custódia sobre a Mesquita de Al-Aqsa, diante de receios de que o destino dos locais islâmicos sagrados de Jerusalém possa recair aos termos de um futuro acordo de normalização entre Israel e Arábia Saudita.

Preocupações são particularmente altas conforme chega o fim do mandato do atual Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em 20 de janeiro de 2021.

O Ministério de Relações Exteriores da Jordânia emitiu um comunicado na noite de quarta-feira (25) contestando o que chamou de “tentativas de alterar o status quo histórico e legal” do Nobre Santuário de Al-Aqsa.

O alerta foi divulgado sem qualquer aparente catalisador concreto, mas logo após um suposto encontro entre o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e Mohammed Bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita.

O príncipe saudita negou a reunião com o premiê israelense, embora amplamente reportada pela mídia de Israel e Estados Unidos.

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Os jordanianos, segundo relatos, estão alarmados com a possível pressa para formalizar relações entre Riad e Tel Aviv, sob receios de que a custódia de Al-Aqsa possa ser ofertada aos sauditas conforme acordo entre a ocupação e a monarquia absoluta.

“Nosso reino manterá esforços para proteger e cuidar da mesquita e preservar os direitos de todos os muçulmanos, de acordo com a custódia hachemita dos locais sagrados cristãos e islâmicos de Jerusalém”, destacou o ministério jordaniano.

Reportagem do jornal britânico The Guardian alegou que a declaração de Amã ocorreu após um telefonema entre o presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden e o Rei da Jordânia Abdullah. O relato sugere que a posição jordaniana foi coordenada entre ambas as partes.

Conforme o status quo estabelecido sobre a Cidade Santa, a custódia da Mesquita de Al-Aqsa, além do Domo da Rocha e outros lugares islâmicos e cristão, recai à Jordânia, apesar da ocupação israelense de Jerusalém.

Mudanças neste paradigma poderiam levar a violentos confrontos.

O Secretário de Estados dos Estados Unidos Mike Pompeo acompanhou Netanyahu em seu voo para encontrar-se com Bin Salman, na região norte da Arábia Saudita, nesta semana.

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Trump e Pompeo parecem tentados a mudar o status quo de Jerusalém, ao oferecer custódia dos locais sagrados islâmicos ao aliado saudita, como elemento central de um provável acordo de normalização com Israel.

Riad representa o “grande prêmio” para Netanyahu, segundo o ex-chanceler jordaniano Jawad Anani, próximo à família real hachemita. Contudo, Anani não acha que o regime saudita esteja disposto a normalizar laços sob a atual gestão, após a derrota eleitoral de Donald Trump.

“Não penso que os sauditas terão pressa em conceder a Netanyahu ou Trump mais crédito, neste momento, pois têm de lidar agora com quatro anos de um governo americano potencialmente não muito amistoso”, concluiu Anani.

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Palestina: quatro mil anos de história
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