Nesta quinta-feira (26), o Parlamento do Azerbaijão condenou uma resolução aprovada pelo Senado da França que exorta o reconhecimento do território disputado de Nagorno-Karabakh como “república”, segundo informações da agência Anadolu.
“Esta medida do senado francês não coincide com os compromissos assumidos pela França conforme a estratégia global de política externa e segurança da União Europeia, incluindo documentos sobre integridade territorial de países consistentemente adotados desde 2016, pelo Conselho Europeu”, afirmou o parlamento azeri, em nota.
A declaração alegou que a república de Nagorno-Karabakh não é reconhecida por país algum.
“A implementação das provisões desta resolução tem o potencial de representar um golpe devastador à União Europeia e seu programa de Parceria Oriental”, prosseguiu, em referência a iniciativa do bloco europeu sobre relações com as antigas repúblicas soviéticas.
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Segundo o parlamento azeri, uma das principais razões para a “pendência” sobre o conflito de quase três décadas entre Armênia e Azerbaijão, em torno da fronteira de Nagorno-Karabakh, é o fato de que países supostamente mediadores – em particular, a França – “não chamaram o agressor pelo seu nome, não distinguiram entre ocupante e ocupado”.
Nagorno-Karabakh representa uma região de fronteira pertencente de jure ao Azerbaijão, contudo, onde grupos étnicos armênios são vasta maioria e possuem autonomia de facto.
Armênia e Azerbaijão lutaram uma guerra de seis anos pelo controle do território disputado, que encerrou-se com um cessar-fogo em 1994. Porém, um acordo de paz definitivo para solucionar a questão jamais foi assinado.
Novos confrontos eclodiram em 27 de setembro. As partes trocaram acusações de violação do último cessar-fogo humanitário.
Em 1992, a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) instituiu o chamado Grupo de Minsk – copresidido por França, Rússia e Estados Unidos –, com objetivo de alcançar uma solução pacífica para o conflito; porém, sem êxito.