O governo houthi no Iêmen concordou em permitir que uma missão da ONU inspecione e repare um petroleiro abandonado, com carga estimada de 1.1 milhões de barris de petróleo, sob receios de vazamento devastador e grave impacto aos ecossistemas do Mar Vermelho.
O incidente em potencial também levaria ao fechamento efetivo do porto estratégico de Hudaydah, na costa iemenita.
Segundo as Nações Unidas, o navio FSO Safer está se deteriorando rapidamente, descrito como “catástrofe iminente”, tanto em termos de consequências humanitárias quanto ambientais, no caso de vazamento de petróleo.
O governo iemenita reconhecido pela ONU, exilado na Arábia Saudita, e governo houthi, sediado na capital Sanaa, trocam acusações de negligência sobre o petroleiro ancorado.
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Em 2014, forças houthis tomaram grande parte do Iêmen, inclusive a capital Sanaa. O país é assolado pela guerra desde então. A situação escalou em 2015, quando uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio no conflito.
A crise humanitária no Iêmen é considerada a pior em todo o mundo, atualmente.
Em julho, Mohammed Ali Al-Houthi, membro sênior do Conselho Político Supremo do Iêmen, afirmou que uma equipe de manutenção foi enviada ao navio, mas que a coalizão liderada pela Arábia Saudita bloqueou o acesso a equipamentos necessários.
Em novembro, o governo iemenita reagiu ao acusar as autoridades em Sanaa de negar acesso de especialistas da ONU, junto do Ministro de Petróleo e Recursos Minerais Aws al-Awd.
O governo no exílio alega que os houthis expropriam o petróleo encalhado no local, para que possam coletar taxas de importação em nome do país.
Na última semana, Stephane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas, confirmou que o governo houthi no Iêmen consentiu por carta, após meses de negociação, ao descrever a medida como “importante passo adiante … sobre uma operação crítica”.
Contudo, trabalhadores e equipamentos devem chegar ao local apenas no fim de janeiro ou início de fevereiro, segundo Dujarric.
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