Um comunicado conjunto dos promotores egípcios e italianos, enviado à imprensa na segunda-feira(30), anunciou o encerramento “temporário” das investigações sobre o assassinato do estudante italiano Giulio Regeni, que foi encontrado morto em Cairo em 2016, sendo que suspeitas italianas recaem sobre agentes do estado egípcio.
A promotoria do Egito alega dispor de provas de que uma gangue criminosa assassinou o jovem com o objetivo de roubá-lo, mas que a identidade dos criminosos permanece desconhecida.
A promotoria de Roma, no mesmo comunicado, afirmou que sua própria investigação concluiu que cinco agentes de segurança egípcios seriam os principais suspeitos do assassinato e que provavelmente cometeram o crime por motivação pessoal.
Entretanto, o Egito afirmou ter “reservas extremas” acerca das conclusões da promotoria italiana.
“O Ministério Público do Egito procederá ao encerramento temporário do caso […] cobrando das autoridades investigativas competentes que tomem todas as medidas necessárias para identificar os responsáveis pelo assassinato”, disse o comunicado.
Regeni, 28, era um pesquisador de doutorado da Universidade de Cambridge. Ele desapareceu em janeiro de 2016, no Cairo, onde realizava pesquisas sobre sindicatos egípcios. Seu corpo foi encontrado uma semana depois, com sinais de tortura.
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A promotoria egípcia afirmou que a gangue que assassinou Regeni cometeu crimes semelhantes contra cidadãos locais e estrangeiros e que usou documentos falsos que ligavam os integrantes à segurança do país.
De acordo com a promotoria pública egípcia, não há evidências suficientes para levar o caso a julgamento.
A Reuters relatou que uma fonte oficial em Roma disse que promotores italianos devem pressionar pelo julgamento de alguns ou de todos os cinco suspeitos, observando que o caso deve ser formalmente encerrado na sexta-feira.