A atriz de Hollywood Scarlett Johansson pediu às autoridades egípcias que liberassem três membros da equipe sênior da Iniciativa Egípcia pelos Direitos Individuais (EIPR).
O diretor executivo, Jasser Abdel-Razek, o diretor administrativo, Mohamed Bashir, e o diretor da Unidade de Justiça Criminal, Karim Ennarah, foram detidos no início de novembro, após uma reunião com embaixadores europeus para discutir a situação dos direitos humanos no Egito.
Eles foram acusados de “ingressar em um grupo terrorista” e “espalhar notícias falsas”, por isso foram mantidos em prisão preventiva. Abdel-Rezek está sendo mantido em confinamento solitário.
Um dos pesquisadores do EIPR, Patrick Goerge Zaki, está detido desde o início do ano.
“Falar em voz alta se tornou perigoso hoje no Egito”, disse Johansson em um vídeo publicado na página do EIPR no YouTube.
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“Quero destacar a situação de pessoas que foram presas injustamente por defender a dignidade das pessoas: Jasser, Muhammad e Patrick, que trabalham para a iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais.”
“Esses homens passaram suas vidas lutando contra a injustiça e agora estão presos atrás de grades. Todos eles estão enfrentando acusações falsas o suficiente para colocá-los na prisão por anos. A verdade é que o único crime foi se levantarem para defender a dignidade dos egípcios.”
O EIPR documenta as violações sistemáticas perpetradas pelo regime egípcio. Em novembro, publicou uma reportagem sobre o alarmante aumento de execuções no país.
Houve apoio internacional para os três funcionários detidos. No final de novembro, 37 membros do congresso norte-americano pediram ao Egito que os liberasse, acabasse com as prisões de membros da oposição e parasse com as campanhas de difamação conduzidas contra defensores e organizações dos direitos humanos.
A Anistia Internacional expressou solidariedade e renovou o apelo às autoridades egípcias para que os libertem imediatamente. O ex-líder trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, condenou a prisão, assim como o Ministério das Relações Exteriores da França, os embaixadores da Irlanda, Itália e Alemanha e o ministro das Relações Exteriores britânico.
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