Neste sábado (5), o Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan classificou a resolução do parlamento francês sobre Nagorno-Karabakh, região disputada entre Armênia e Azerbaijão, como “completo desastre”.
“A decisão tomada ontem pelo parlamento da França, copresidente do Grupo de Minsk, é um completo desastre, para além do escândalo”, declarou Erdogan na cerimônia de inauguração de uma nova rodovia no leste da Turquia.
O Grupo de Minsk foi criado em 1992 pela Organização sobre Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para buscar soluções pacíficas ao conflito em Nagorno-Karabakh. França, Rússia e Estados Unidos dividem a presidência da entidade.
A resolução francesa, adotada na sexta-feira (4), reivindica o reconhecimento de Nagorno-Karabakh como estado independente.
A região do Cáucaso, disputada pelas antigas repúblicas soviéticas, é considerada território azeri, mas possui autonomia de fato e maioria étnica armênia.
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Erdogan alegou que o Azerbaijão não foi responsável pelos ataques e somente respondeu ao recuperar suas terras ocupadas pela Armênia por quase 30 anos, a despeito de resoluções das Nações Unidas e OSCE.
“[O Azerbaijão] conduziu suas ações dentro do quadro de legitimidade, ao não atacar civis ou assentamentos civis, como os armênios”, destacou Erdogan. Ambos os lados trocaram acusações de ataques contra alvos civis e violação do cessar-fogo mediado pela Rússia.
Erdogan reiterou ainda que a resolução francesa representa um ataque “inaceitável” contra os direitos de soberania de um estado estrangeiro. “Esperamos que o público reaja a esta abordagem, perigosa e capaz de ameaçar a todos, lançada pela França”, prosseguiu.
O presidente turco ainda alertou que a Europa será a maior vítima dos danos causados por essa distorção, pois deve sua atual união política ao que descreveu como “um período de lutas muito sombrio e sangrento”.
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