A Arábia Saudita não opõe-se ao retorno dos Estados Unidos ao acordo nuclear iraniano, assinado em 2015, salvo consulta prévia com os países do Golfo, afirmou ontem (6) o Ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita Faisal bin Farhan al Saud.
“Esperamos que todas as questões relevantes ao Irã sejam enfrentadas, sobretudo a necessidade de banir permanentemente o enriquecimento de urânio, de modo que Teerã não possa voltar a tais atividades do passado”, declarou Al Saud ao jornal italiano La Repubblica.
O chanceler destacou, porém, que o pacto “não abordava as atividades regionais do Irã”.
Em 2015, Teerã assinou um acordo junto de seis potências globais, intitulado Plano de Ação Conjunta Global (JCPOA), para estabelecer confiança e cooperação entre o regime iraniano e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Contudo, o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump abandonou o tratado em maio de 2018, apesar de diversos relatórios da agência confirmarem o pleno cumprimento de Teerã aos termos consentidos.
Paralelamente a uma conferência de segurança regional realizada em Manama, capital do Bahrein, Al Saud afirmou à rede AFP que os países do Golfo devem ser “consultados caso o acordo nuclear iraniano seja restaurado”.
“Fundamentalmente, o que esperamos é sermos plenamente consultados, que nós e nossos amigos na região sejam consultados sobre o que decorre das negociações com o Irã”, declarou o diplomata saudita, ao descrever a fórmula proposta como “consulta sustentável”.
Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, que deverá assumir o cargo em 20 de janeiro de 2021, recentemente reiterou sua promessa de retornar ao acordo nuclear iraniano, caso Teerã esteja disposto a retomar o pleno cumprimento do tratado.
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