O Egito executou pelo menos 57 pessoas em outubro e novembro, disse a Anistia Internacional, quase o dobro do número de execuções realizadas em todo o ano de 2019.
A Anistia se referiu a isso como uma “horrível onda de execuções” e destacou o caso de 15 presos políticos que foram enforcados em outubro.
Desses 15, 13 estavam no bloco H1 da Prisão Scorpion, onde no final de setembro, quatro presidiários e três policiais morreram em um evento que as autoridades oficiais alegaram sem provas ter sido uma fuga malfeita da prisão.
Na época, o We Record disse ao MEMO que alguns dos prisioneiros agrediram um funcionário da prisão de Tora com ferramentas de metal antes que ele conseguisse escapar.
Os detidos tiveram a porta da cela fechada e foram mortos pouco depois. A We Record pediu ao promotor público para abrir uma investigação sobre o incidente e publicar imagens de vigilância do que aconteceu.
Os que foram enforcados depois teriam testemunhado o que aconteceu.
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A organização de direitos humanos afirma que o número 57 é provávelmente uma estimativa subestimada, uma vez que é difícil encontrar estatísticas sólidas devido à falta de transparência e ao fato de que as autoridades nem sempre informam as famílias ou os advogados dos prisioneiros antes das execuções.
A mídia pró-Estado afirma que 31 pessoas, incluindo três mulheres, foram executadas nesses dois meses.
Em novembro, a Iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais (EIPR) publicou um relatório sobre o aumento das execuções no Egito antes de três de seus funcionários seniores serem presos como medida punitiva contra seu trabalho de direitos humanos.
Os prisioneiros no Egito são frequentemente submetidos a julgamentos em massa e torturados para obter confissões, que são usadas como prova.
A Anistia afirma que não está claro quantos presos estão em risco de execução. Um monge condenado pelo assassinato de um bispo em 2018, o padre Isaiah, é um prisioneiro que esgotou todos os recursos após ser torturado até assinar uma ‘confissão’ após um julgamento injusto.