Forças paramilitares da Líbia detêm embarcação turca com suprimentos médicos

Na manhã de hoje (8), um navio de carga turco foi detido por forças paramilitares do general renegado Khalifa Haftar, na costa da Líbia, acusado de supostamente violar as leis marítimas.

A embarcação comercial Mebruka, com bandeira da Jamaica, transportava remédios e outros suprimentos médicos ao porto de Misrata, no oeste do país norte-africano, quando sua rota foi interrompida por forças de Haftar, que invadiram o convés.

Segundo Ahmed al-Mismari, porta-voz do chamado Exército Nacional da Líbia (ENL), comandado por Haftar, o navio foi “inspecionado por violar regras e leis marítimas” ao entrar em uma área restrita.

Sua versão alega ainda que foi feito um chamado de alerta à embarcação, que aparentemente não respondeu e então mudou sua rota ao porto de Ras al-Hilal. “Abordamos o navio com botes e embarcamos”, relatou al-Mismari.

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Em seguida, as forças de Haftar confiscaram o navio e detiveram os dezessete membros a bordo por descumprir suas ordens, incluindo nove cidadãos turcos entre a tripulação. O proprietário do barco, segundo informações, também é turco.

Em entrevista à emissora de televisão em árabe Al-Hadath, al-Mismari acusou o navio de transportar drogas a Misrata, quando entrou em águas “restritas”.

Segundo a rede de notícias turca Anadolu, a tripulação detida está em boas condições.

Devido à aliança da Turquia com o Governo de União Nacional da Líbia, reconhecido internacionalmente, com sede na capital Trípoli, embarcações turcas regularmente atravessam ao território mantido pelas forças oficiais.

A carga inclui assistência humanitária e suprimentos médicos, mas há também suspeita de transporte de armamentos.

A Líbia é dividida entre dois governos em confronto: o Governo de União Nacional, com sede em Trípoli, e um parlamento mantido pelo Exército Nacional da Líbia, no leste do país.

Contudo, não foi apenas Haftar quem decidiu investir contra embarcações turcas. Forças da Alemanha inspecionaram outro navio da Turquia, em novembro, em aparente tentativa de impor o embargo de armas da ONU sobre o território líbio.

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