O assassino do ex-Primeiro-Ministro do Líbano Rafic Hariri recebeu hoje (11) cinco penas perpétuas concomitantes.
Salim Jamil Ayyash, de 57 anos, foi julgado, considerado culpado e condenado in absentia pelo atentado que matou Hariri e outras 21 vítimas, executado em 2005, na capital Beirute.
O juiz responsável David Re relatou à corte: “O sr. Ayyash participou de um ato de terrorismo que resultou em homicídio em massa … Dadas as circunstâncias, a câmara de julgamento está convencida de que deve impor pena máxima para cada um dos crimes cometidos”.
Ayyash foi sentenciado por conspiração para realizar ato terrorista, atentado terrorista a bomba, homicídio doloso de Hariri e 21 outras pessoas e tentativa de homicídio contra as pessoas feridas pelo ataque, reportou a Agence France Press (AFP).
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Os promotores descreveram a pena como “apenas o justo e proporcional”, ao considerar o episódio como “o mais grave atentado terrorista que já ocorreu em solo libanês”.
Ayyash, junto de três outros réus, foi julgado pelo Tribunal Especial para o Líbano, com sede em Haia, na Holanda. A corte emitiu seu veredito, ao decretá-lo culpado, em 18 de agosto.
Nenhum dos quatro réus esteve presente no julgamento, após Hassan Nasrallah, líder do grupo libanês Hezbollah, recusar-se publicamente a entregá-los à corte internacional.
Entretanto, os outros acusados – Hussain Hassab Oneissi, Assad Hassan Sabra e Hasan Habib Merhi – foram absolvidos de todas as acusações apresentadas pelo indiciamento, sob justificativa de que as evidências contra eles eram “insuficientes”.
Conforme destacou a corte, a evidência de DNA compilada pela investigação demonstrou que os explosivos que mataram Hariri foram detonados por um homem-bomba jamais identificado.
Rafic Hariri foi duas vezes Primeiro-Ministro do Líbano e renunciou em outubro de 2004, meses antes de seu assassinato, em protesto contra à influência da Síria na vida política libanesa.
O bilionário político sunita foi morto em 14 de fevereiro de 2005, quando 1.800 kg de TNT foram detonados perto de sua carreta, escondidos em uma van Mitsubishi. A explosão deixou 22 mortos, incluindo seguranças de Hariri e Bassel Fleihan, então Ministro da Economia.
Os inquéritos e o julgamento subsequente, conduzidos conforme a legislação criminal do Líbano, por juízes libaneses e internacionais, demoraram 15 anos e custaram cerca de US$1 bilhão, diante da complexidade do caso.
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