A mídia árabe noticiou que a Arábia Saudita deportou vários índianos não residentes (NRI) que viviam no estado do Golfo por protestarem contra o Registro Nacional de Cidadãos (NRC), altamente polêmico apresentado pelo governo nacionalista hindu de extrema direita do primeiro-ministro Narendra Modi.
Inspirados pelos protestos de Shaheen Bagh na Índia no ano passado, onde um grupo de mulheres, principalmente muçulmanas, organizou uma manifestação contra o projeto de lei, vários indianos que vivem em Jeddah demonstraram solidariedade a elas, exibindo cartazes contra a iniciativa.
O protesto colocou os NRIs em apuros. As notícias são de que eles foram presos por violar as regras que proíbem qualquer tipo de reunião e protesto e depois repatriados de volta para a Índia.
LEIA: Alemanha prorroga proibição de venda de armas à Arábia Saudita por um ano
Os países do Golfo têm tolerância zero em relação a qualquer tipo de protesto, manifestação ou reunião. Mas os manifestantes, alguns dos quais eram jovens, teriam ignorado essa regra básica. Muitos também tiveram problemas por postar apoio nas redes sociais.
O governo Modi provocou indignação ao apresentar o projeto NRC. Muitos dizem que a mudança foi uma tentativa do governo nacionalista hindu de mudar a face da Índia. Entre as medidas inflamatórias tomadas por Modi após sua reeleição em maio de 2019 estava a pressão por uma nova legislação, a Emenda da Cidadania (CAB). Este movimento polêmico, que os críticos dizem que ameaça rebaixar o status dos 200 milhões de cidadãos muçulmanos do país, gerou protestos em todo o país.
Na região de Assam, na Índia, quase dois milhões de pessoas foram excluídas do Registro Nacional de Cidadãos (NRC) do estado.
Na mesma época, em outubro de 2019, a Arábia Saudita e a Índia ampliaram sua parceria, especialmente em questões de segurança, depois que um novo Conselho de Parceria Estratégica foi acordado durante uma visita do Príncipe Herdeiro Mohammed Bin Salman a Nova Delhi.
LEIA: Juiz dos Estados Unidos ordena divulgação do vídeo do assassinato de Khashoggi